domingo, 26 de outubro de 2008

Ganha Aécio ou Lacerda?

Fim do capitulo Eleições 2008 neste blog: Márcio Lacerda ganha com 59,12% dos votos. Leonardo Quintão ficou com 40,88%.

O dia foi agitado e muito calorento. Minha manhã começou com a cobertura do voto do vice-presidente José Alencar. O que estava programado para ser um evento tranqüilo, com poucos colegas da imprensa na espreita, se transformou no primeiro grande ato político das eleições: apareceram com ele os amiguinhos Hélio Costa [o Ministro das Comunicações que promulgou a TV Digital versão Globo] e o próprio Leonardo Quintão, acompanhado de Jô Moraes. Imaginem o alvoroço! Depois das declarações, a pedido dos cinegrafistas e fotógrafos, a turma posou com o famoso “jóia” do candidato que queria cuidar de gente.

Mais tarde corri para um flagrante de presos por boca de urna na região do Barreiro: oito pessoas com camiseta do PSDB e muitos adesivos de Lacerda. Eles negavam campanha irregular e se diziam voluntários. “Apoiamos nosso governador e nosso prefeito e queremos continuar com o que está de bom”. A frase da militante me fez acordar para o significado político do resultado das eleições: quem será o verdadeiro vitorioso?

Uma estréia pra lá de radical na “zona” eleitoral mineira.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Eloá

Foge da proposta deste espaço virtual a simples discussão de temas com os quais eu mesma não tenha tido algum contato pessoal – hábito comum da chamada “blogosfera”. Hoje, furo a pseudo-regra para replicar reflexões sobre “a tragédia de Santo André” graças a um belo artigo de Silvana Mascagna, editora de Cultura do jornal O Tempo. Finalmente, uma opinião sensata:

Há quem diga que o seqüestro em Santo André poderia ter tido outro destino não fosse o circo armado pela mídia. Tanto o seqüestrador pode ter ficado inebriado com a celebridade instantânea e o poder de mobilizar tanta gente, quanto os policiais encantados com a nobre missão de solucionar caso tão famoso. Eloá não foi vítima apenas da loucura do namorado ou da ineficiência da polícia, mas também da vaidade.

O texto inteiro é imperdível.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Na sabatina










Sempre tive curiosidade com esta opção da Folha de S. Paulo pelas tais “sabatinas” com políticos e personalidades. Mas nesta terça-feira, finalmente, entendi o quanto este formato é ousado em relação a camisa de força dos debates convencionais. Fiz parte da platéia que se inscreveu para participar do evento promovido pelo jornal em Belo Horizonte com a presença de Márcio Lacerda e Leonardo Quintão no teatro do colégio Dom Silvério. Em miúdos, “sabatina” significou coragem para fazer as perguntas que precisam ser feitas. Sem papas na língua e sem a política da boa vizinhança tão tradicional por parte da imprensa mineira. O bicho pegou.

Não é qualquer dia que se houve um jornalista perguntar, logo de cara, se o próprio Quintão não considera que o vídeo da convenção do PMDB em Ipatinga revele o despreparo do candidato a prefeitura de BH. Houve também um bom questionamento quanto ao emprego dos irmãos de Quintão na Câmara dos Vereadores – seguida de uma resposta desastrada: “Eu não sabia que nepotismo era crime. Quando li nos jornais, demiti os dois, mas eles eram bons de serviço”.

Cinismo, despreparo, desconhecimento de história, picaretagem. Sem a máscara da TV, “Leo” mudou até o sotaque caipira. Alguém na platéia enviou uma pergunta – “Por que você conversa com um sotaque caipira apenas na TV?”. “Porque na TV eu estou mais relaxado, tranqüilo, e aqui é uma pressão grande, vocês não sabem a adrenalina”.

Lacerda não foi poupado. Quando questionado sobre o envolvimento nas operações do Mensalão, ele mostrou desconhecimento da etiqueta política que prega o “desconversar” para dar detalhes de como teve contato com Marcos Valério ao intermediar um acerto de contas entre a campanha de Ciro Gomes e o tesoureiro do PT na época, Delúbio Soares. Numa pergunta embaraçosa sobre o quanto sua candidatura foi imposta à revelia do PT nacional, Márcio se justificou dizendo que a escolha de Aécio não teria sido irresponsável. Em seguida, reconheceu erros graves da campanha no primeiro turno – como o grande espaço dado aos padrinhos em detrimento da apresentação de propostas pelo próprio Lacerda.

Não é fácil ter frieza para pensar a longo prazo ou escolher o “menos pior”. Sai da sabatina arrepiada. A situação está intragável.

[A cobertura pela própria Folha não trouxe a tona os grandes embaraços do evento. Mesmo assim, eis a notícia.]

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O último Stereoteca do ano

A vida de desempregada no ano passado me proporcionou um mergulho na vida cultural belo horizontina. Debates do Museu de Artes e Ofícios, exposições no Palácio das Artes, festival de Dança e de Teatro de Bonecos, shows.... E como veterana, mal pude rever estas atrações. Mas antes que seja tarde demais, preciso dar a dica da derradeira atração do belíssimo projeto Stereoteca: Érica Machado lança CD em show duplo nos dias 15 e 16 de outubro. Makely Ka é o poeta convidado da vez.

Na quinta-feira, ela ainda divide o palco com a argentina Natália Mallo. As duas se conheceram via myspace – um ponto de encontro cada vez mais obrigatório no mundo da música. Ao que parece, teremos irreverência elevada ao quadrado.

Os shows acontecem no teatro da Biblioteca Pública, na praça da Liberdade, às 20h30. Ingressos: R$ 6 e R$ 3.

domingo, 5 de outubro de 2008

Deu zebra!











Zebra paulista e zebra mineira: Kassab tão perto de Marta; Quintão tão perto de Márcio. Segundo turno punk em dose dupla.

Concordo com as análises políticas que atribuem a virada de Leonardo Quintão, do PMDB, à reação popular contrária ao candidato poste. Aécio e Pimentel se julgavam estrelas de primeira ordem na propaganda eleitoral, mas o desconfiado mineiro não engoliu o homem-síntese da dupla. Saiu ganhando o jovem político evangélico de lábia mansa carregada de mineirês do interior, íntimo das câmeras e das promessas milagrosas. Multifacetado – já passou pelo PSB e pelo antigo PFL –, representa uma linhagem de antigos políticos da região do Vale do Aço.

Amostra grátis, por aqui. [Atenção, no final do vídeo da parte 2, ele chama o internauta Leonardo de "Léo", dirigindo-se a ele "De Léo para Léo". Não é fofo?]

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Outras eleições











Há quatro anos assisti ao debate final para prefeito de São Paulo numa casa lotada da rua Rodésia, na Vila Madalena, com uma turma que conheci fazendo campanha pela Internet nos áureos tempos de Orkut. No telão, as falas de dona Marta eram seguidas de aplausos efusivos. Os adversários eram impiedosamente vaiados – um sonoro “uuuu” seguido de “ssshiiuu” para que conseguíssemos ouvir a próxima pergunta. Do debate segui na ronda de bares da região, batendo boca com a turminha engomada dos bares pomada. Uma festa.

Agora o cenário é outro. Mesmo convicta do meu voto em Jô Moraes, tenho apresentado uma resistência braba ao vírus político. A praça Sete, centrão da cidade, é um dos raros espaços de agitação de campanha. Em meia hora, um caminhão estilo trio elétrico de Márcio Lacerda deu cinco voltas na avenida. Os pseudomilitantes pagos balançavam bandeiras alaranjadas em que nada se lia. Reinaldo, o famoso ex-jogador do Atlético, cumprimentava os desempregados que fazem vigília na região pedindo votos para vereador. O aspecto cansado do homem barrigudo contrastava com a foto sorridente da placa hasteada pela correligionária.

O debate de ontem, na Globo, parecia uma brincadeira de criança. Papelzinho pra cá, sorteio pra lá. Ganha quem responde. Não importa muito o quê. De tão estático, o protocolo mais parece uma disputa de repentistas da terceira divisão. 2 minutos. 45 segundos. 30 segundos. A Jô não se saiu tão bem. Estava rouca no inicio e usou um palavreado rebuscado demais. Márcio cumpriu a cartilha do bom marketing eleitoral – pouca exaltação e um tom quase mecânico de voz. Já Sérgio Miranda impressionou com o preparo para criticas à atual gestão municipal e, consequentemente, ao candidato da continuidade. E Leonardo Quintão investiu na retórica sintonizada com um público despolitizado e de pouca escolaridade. Bem ou mal, mostrou a que veio.

Em dois dias, voto pela primeira vez em Belzonte. Mas não faço boca de urna.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Eu no Ar

Plantão Tutu Mineiro informa: Planeta Minas Ciência e Tecnologia no ar nesta sexta-feira, dia 3 de outubro, às 14h, e sábado, dia 4, às 19h, na Rede Minas! Relembrando os 30 anos do nascimento do primeiro bebê de proveta no mundo, este programa aborda a evolução das técnicas de reprodução assistida e traz belas histórias de bebês mineiros concebidos em laboratório.

Recado dado!