quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz Lavras Novas

Minha coleção de [en]cantos de Minas acaba de ganhar mais uma peça preciosa: Lavras Novas. Acesso via estradinha de terra próxima a Ouro Preto leva a este quase vilarejo onde as casas nascem e criam raízes tão profundas como as árvores. Onde a umidade trazida pela chuva constante de final de ano aumenta a sensação de que o infinito de montanhas possa mesmo ser o mar.

Por lá, a igreja centenária Nossa Senhora dos Prazeres (!) ainda é o prédio mais suntuoso das redondezas. Mas algumas excentricidades rompem o cenário quase intacto do ciclo do ouro: uma cruz cheia de penduricalhos em praça pública, uma extinta casa de chá com janelas tortas – da mesma dona de um oratório com escorregador embutido, uma taberna alemã onde se lê a placa “horses” e uma pousada em formato de cogumelo.

Nada como o novo...

Aos amigos, feliz 2009!


































Janelas abertas. Cruz que sustenta devaneios. Idéias que subvertem a ordem.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Sem notícias?

Antes do estremecimento ainda maior do conflito no Oriente Médio, alguns jornais brasileiros decidiram que os fatos do mundo nestes dias finais de 2008 não eram dignos de manchete. Aconteceu com a Folha de S. Paulo, na sexta-feira, dia 26: ao invés de uma grande chamada, os editores optaram por vários títulos distribuídos nas colunas laterais. [Veja nota e a reprodução da capa aqui!].

Interessante... mas nada comparável à surpresa estampada na capa do jornal O Tempo comprado na véspera de Natal:

"AOS LEITORES:
Informamos que O TEMPO não circulará amanhã, dia 25 de dezembro. Desejamos a todos os leitores um feliz Natal, pleno de paz e saúde."

Alguém já viu jornal diário tirando férias e “pulando” um dia do calendário com tamanha sutileza? Ou melhor, tão mineiramente?

Inacreditável!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Tempos Modernos

Em época de sapatadas em George W. Bush e crise econômica mundial, a figura do gordo velhinho disseminada pela Coca Cola não pega mais neste Natal. Numa temporada de trabalho in loco na praça Sete de Setembro, coração da cidade, encontrei alguém muito bem sucedido na arte de causar interesse - e cobrar pelas fotos com crianças e adultos. Viva la globalización!!!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Buzinaço














Nada dócil, quebro meu jejum de posts com a boca no trombone. A começar com o evento disfarçado de popular chamado BH Music Station. [Se bem que, com este nome pomposo e ainda em ingrês, algo estaria errado....]

A idéia é genial: de madrugada, bons shows simultâneos de música nas estações do sub aproveitado metrô belo horizontino. No sábado dia 13, por exemplo, Marina de La Riva e Tom Zé passaram por lá. Mas o detalhe desta história está no preço do ingresso: 60 REAIS. Gente do céu: diferente de São Paulo, o metrô passa looonge da rotina da classe média mineira. Ou seja: terminado o horário de funcionamento oficial, saem os usuários do povão, entra a cultura para a elite. E o metrô a prefeitura de BH perdem a chance de exportar uma idéia brilhante para o país, preferindo ficar à mercê de um projeto de marketing de operadoras de telefonia.

*

Outra reclamação, desta vez sem remetente específico: parece que o desaparecimento repentino está inscrito nos genes dos bons bares e restaurantes inaugurados em BH. Semana passada confirmei que a massa certa vez degustada no Cafetina entraria mesmo para a história: o charmoso restaurante da Cristovão Colombo agora é floricultura de luxo. Uma gota d´agua para a seqüência de tentativas fracassadas do Eduardo em me apresentar outros espaços gastronômicos mais simples – também na Cristovão Colombo - como o Nini e a casa de nhoques ao lado. Eu mesma já dei com a cara na porta quando tentei um repeteco do pastel de angu no Gibi. [Parece que o esporte do ex-dono é abrir lugares, esperar que lotem e dar o fora...]

Alguém quer fazer o favor de me explicar o fenômeno da passagem meteórica desses lugares na cidade?

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Então é Natal



Como num grande espetáculo de sincronia, a segunda-feira descortinou uma cidade com luzes coloridas, penduricalhos, enfeites desengonçados e algumas barbas brancas. Durante as noites, a praça da Liberdade vira uma atração turística mais requisitada que as monumentais obras de Niemeyer. Crianças, velhos e casais de namorados rompem a barreira de policiais para comprar maçã do amor e pipoca dos ambulantes.

A lei não consegue barrar manifestações de um povo que, às vezes, sabe dar as costas para o ritmo frenético da metrópole.