sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Hoje tem Zé Totó!

Vai ao ar o terceiro quadro do Histórias da Cidade nesta sexta, nas duas edições do Jornal da Rede Minas - às 12h e às 19h. Ver o programinha do Zé Totó indo ao ar vai me deixar um pouco órfã; mãe colocando o filho no mundo... Estive umas quatro vezes na mercearia do carismático Totó. Apuração, produção, reportagem, regravação... caprichamos nas imagens e nos detalhes, no mergulho no mundo dos objetos e da fiel freguesia da rua Aporé.... Em breve quero dar o link para a reportagem, mas por enquanto replico o texto que escrevi para o blog do quadro hospedado no site da Rede Minas.

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Vende-se de tudo!

Lembra daquelas mercearias antigas, típicas de interior, onde é possível encontrar de tudo? De esmalte a queijo, de peneira a doces, de bebidas a pregos? Pois bem, desde o inicio da povoação de Belo Horizonte, esses armazéns e botequins eram os principais pontos de comércio da cidade. Aos poucos, deram lugar a supermercados, padarias, lojas, shoppings. Mas em pleno ano 2010 conseguimos encontrar uma Mercearia típica deste tempo: a do Zé Totó, no bairro Aparecida, fundada em 1943.

Aos 81 anos, seu Zé Totó é uma daquelas figuras carismáticas que conquistam à primeira vista. Um senhor agitado, competente, dedicado. Ele herdou o comando da Mercearia Aporé do pai, vindo do interior. A freguesia ultrapassa os limites do bairro - a fama de “vender de tudo” traz fregueses de todas as regiões da cidade. O comércio - com balcão de madeira e penduricalhos espalhados por todos os cantos – funciona das 8 da manhã às 9 e quinze da noite.

Em época de consumismo intenso puxado pelo clima de Natal, esta reportagem revela como a relação com os objetos pode ser diferente. E, acima de tudo, nos oferece a chance de mergulhar no acolhedor e tradicional universo de Zé Totó. Não perca!! O Histórias da Cidade vai ao ar nesta sexta-feira, dia 17, nas duas edições do Jornal Minas - às 12h e às 19h.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Você não precisa de um salão de beleza


Desde o dia 1. de dezembro, a manicure da rua de baixo começou a maratona de fim de ano. Corta cutículas, lixa unhas e pés, cheira acetona e torce a coluna para servir a suas exigentes clientes de segunda a sábado. Perdeu a segundinha de teórico descanso, na prática dedicada à idas a bancos e ao médico, compras de casa e do salão, faxina, problemas pessoais. Maria é uma guerreira, gente finíssima; mulher negra beirando os 50 anos com o sonho de montar o próprio salão, adotar uma criança e voltar para São Paulo. É de lá, veio para Minas pequena. Ficou com a ilusão.

O universo dos salões de beleza é paralelo à realidade da cidade, à realidade dos homens e de mulheres mais desencanadas. Eu mesma, que nunca liguei tanto para ter unhas pintadas semanalmente com o novo hit da Colorama, acabei mergulhando mais nesses espaços desde que virei “mulher de TV”. São lugares curiosos, de variados estilos. Gosto da Maria, mas já parei em lugares como o Essencialli, no São Bento – três reais a mais no preço da manicure se traduzem em toda uma “infra” poderosa, com água e café, poltronas individuais, TV de plasma em algum programa trash e várias profissionais disponíveis e vestidas com blusinha cor de rosa. Tem outra galeria aqui perto com espaços mais genéricos, com moças meio emburradas que costumam falar mal da patroa enquanto lixam nossa unha com força.

Em comum, esses lugares são espaços para conversas fúteis regadas a leitura dinâmica de revistas como Contigo, Caras, Nova, Minha Novela. Já levei uma CartaCapital a um desses lugares e parei de ler já primeiro parágrafo sobre o caso Satiagraha. Seria o cúmulo do “pimba” – pseudo-intelectual-metida-a-besta. Afinal, bafões sobre o fim do casamento de Pato e Sthefany Brito estavam ali do lado....

Vou a salões como quem vai a uma expedição antropológica. Por mais que eu frequente o lugar, sempre serei “de fora”. Por mais que goste de me sentir arrumada, mantenho a capacidade de me assustar com meninas de 10 anos fazendo unha e escova progressiva, adolescentes que grudam megahair na cabeleira, peruas fofoqueiras, senhoras mal educadas e preconceituosas. E com o fato de que não, não quero experimentar a nova cor verde-musgo-turmalina da Colorama. "C'est la vie".

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Tempo de novo!



Estreia amanhã, dia 3, após meses de gestação, meu novo trabalho na Rede Minas. Cá para nós, brinco que vamos dar um salto na apresentação de várias aventuras cotidianas que poderiam ser contadas neste Tutu Mineiro – agregando a opinião e o profissionalismo de muita gente interessada em contar boas histórias. É o quadro Histórias da Cidade, que passa a ir ao ar toda sexta-feira nas duas edições do Jornal Minas. Em breve, também com seu próprio blog!

A proposta é destacar personagens e lugares que muitas vezes passam despercebidos (ou quase invisíveis.....) no nosso dia a dia em Belo Horizonte. Mergulhar nesses universos, dar espaço às pessoas e seus causos. Vamos para a periferia e para o centro sem preconceitos, descobrindo as diversas faces que compõem a identidade da capital.

Para quem anda experimentando do meu Tutu, boto água no feijão e convido os amigos para esta feijoada feita no capricho! Abraços!