Itajubá


- Onde fica o restaurante sem nome?
- O Sem Nome? Entra à direta e vire à equerda.
Diálogo insólito, porém real. O dito sustenta com requinte a denominação “Sem Nome”, como comprova a foto. Segundo restaurante mais requintado da cidade, acreditem, oferece um menu de comida mais paulista que mineira, com suculentos pedaços de baby beef à gosto do freguês. Jantei por lá três noites seguidas, feliz em ter encontrado um lugar sem nome, porém com sabor.
Brasópolis

A neblina atrapalhou parte das gravações e acabou com as esperanças de enxergar algum astro no Espaço. Mesmo assim, conhecer o maior observatório em solo brasileiro foi uma experiência interessantíssima. Entre uma cúpula e outra, no entanto, a grande recomendação dos pesquisadores é olhar o chão: em meio a uma reserva ambiental, com lírios selvagens que ultrapassam minha [pouca] altura, o Pico dos Dias é lugar cativo de variadas espécies de cobras.
Cristina

Todos os caminhos levam a Cristina, onde águas gasosas cortam ruas e dividem a existência dos moradores. Pelas vielas baixas da cidade verde, ainda circulam forasteiros e mensageiros em busca da dama que deu nome ao vilarejo. Cristina, dizem outros, é o sonho inebriante da fortuna e do amor: uma cidade sem saída.
Cambuquira


Fomos os últimos hospedes “leigos” do Grande Hotel Trilogia, antigo Grande Hotel Empresa. A verdadeira concretização do tabuleiro do jogo Detetive: salão de jogos, de festa, de música, de jantar.... Fundado na década de 20, o hotel acompanhou o auge da estância hidromineral, no sul do Estado. À época, socialites de todo o país lotavam a cidade em busca de tratamentos de saúde que utilizam água mineral. E não só isso: a Cambuquira era famosa pelos cassinos.
Com o fim do jogo, o hotel entrou em decadência, faliu e ficou fechado por vinte anos até ser comprado por fundadores da Trilogia Analítica – “uma linha de psicanálise fundada na ciência, na filosofia e na espiritualidade”, segundo definição do próprio grupo. Reformado, passou a abrigar encontros internacionais dos participantes. E também já recebeu uma frutífera visita de caçadores de fantasma dos EUA, que filmavam um documentário sobre o tema. Por sorte, não tive encontros de terceiro grau: mas basta fechar os olhos e imaginar centenas de hóspedes e funcionários percorrendo corredores, tocando piano, jantando, dançando. De arrepiar.