E lá vou eu para a sede do clube, levando um jornal do dia para saber detalhes como o nome do técnico e do presidente do Atlético. Achei divertido descobrir que o Cruzeiro – o time azul – também tem uma variante no reino animal. São as raposas.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Galos & Raposas
domingo, 27 de abril de 2008
Virada à mineira
Ainda peguei O Teatro Mágico – que finalmente passei a enxergar como um dos principais fenômenos de sucesso entre adolescentes despontado do circuito alternativo. Mas depois de muito massacre para tentar um espaço em frente ao palco, acabei assistindo ao show pelo telão. A menina do meu lado, com o nariz de palhaço que identifica os fãs do grupo, subiu no ombro do namorado para ter uma visão mais apurada... do telão.
Toda essa introdução para ponderar que o melhor da Virada Cultural é viver a cidade e desfrutar do espaço público. E que, por coincidência, nesta noite de sábado foi possível sentir esse clima de noite em festa aqui
A desvantagem em relação à Virada paulista é que os ingressos não são gratuitos. Custam de
Língua
E sempre há uma única palavra local para descrever situações complicadas. “Garrei” é minha preferida. Na primeira pessoa, o verbo “garrar” quer dizer “tive um problema e não vou sair do trabalho na hora que combinamos, pode esquecer de me esperar, a coisa aqui tá preta”. Há também a variação para quem “garrou” no trânsito e não vai chegar em casa a tempo do jantar. [Sim, aqui o trânsito já me provoca deja vù de São Paulo em alguns horários.]
Na verdade, ainda patino no nível intermediário de mineirês. Acabo de descobrir, via meu ombusdman Eduardo, que “Tô garrado” como resposta a um convite é confirmação de presença. Exemplo:
- Véi*, cê vai no churrasco lá amanhã, véi?
- Nó, véi, tô garrado!
*Velho
Já vi que preciso tirar o diploma de nível avançado antes das próximas análises semânticas...
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Abaixo a coxinha!
Meia hora depois de servida a comida, a menina do bairro Aparecida já brincava de fazer castelinho com o que sobrou do feijão. Eu mesma me senti à vontade para levar uma quentinha para casa. “Bafão” assumido.
O cardápio, obviamente, não deveria ser o lide da noite de terça-feira. O DVD que conta a história do grupo formado em 2002
Mas ao imaginar toda aquela multidão comendo coxinhas e canapés, saquei o quanto seria forçado. E faço questão de elogiar os organizadores por mais este cuidado com a festa. Foi a cereja no bolo. Ou o ovo no feijão.
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Impossível não se emocionar com as meninas e os meninos novinhos que fazem parte do Maracatu. Mesmo antes de aprender a pegar na baqueta, alguns já carregam o seu tamborzinho. Outras viram princesinhas africanas com a saia rodada e o lenço na cabeça. Aqui, a foto de um desses protagonistas, tirada numa festa de Congado em Raposos, perto de BH, em 2005. Fico devendo as catirinas mirins.
terça-feira, 22 de abril de 2008
Galpão: primeiro encantamento

Era o último dia de uma curtíssima temporada de repescagem da peça “Pequenos Milagres”. Já sabíamos que os ingressos estavam esgotados, mas nos firmamos na possibilidade de que os 30 cortejados com cortesias não aparecessem no teatro. Encaramos a fila com resignação e alguma cara feia para o amigo do amigo do amigo que entrava na nossa frente.
Mas era noite de milagres. E conseguimos entrar. Em seguida, fomos tomados pelo alumbramento de uma montagem do grupo Galpão. As quatro histórias da peça foram escolhidas entre 600 recebidas durante a campanha Conte sua História, quando a população de Minas foi convidada a enviar cartas e e-mails – anônimos ou não – descrevendo uma vivência pessoal com alguma pontinha de verdade.
Cabeça de cachorro, que amarra as outras três histórias, me transportou para o caótico centro de São Paulo com apenas seis atores
Por fim, a peça é um presente ao público pelos 25 anos do Galpão. De forma singela, consegue lembrar que o cotidiano pesado de gente pobre deste país também está cercado de estrelas e sonhos que se realizam.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
No alvo
Eis as frases que colhi de anúncios da Kibon espalhados em pontos de ônibus por Belo Horizonte:
- Minas está no coração do Brasil. E no nosso também.
- Mesmo longe do mar, mineiro sabe como se refrescar.
- É sorvete, mas a gente já se acostumou a ser chamado de trem.
domingo, 13 de abril de 2008
Coco, congado e pão de queijo
No meio dessa bagunça, com menino correndo pra tudo quanto é lado, o diretor do museu propôs uma performance pra lá de autêntica. Quatro convidados da área de artes plásticas preparam uma receita deliciosa de pão de queijo para todo mundo. Enquanto isso, qualquer um podia se servir de queijo meia-cura. Voltamos para casa com a receita impressa do venerado quitute e com novas interrogações provocadas pela arte contemporânea.
sábado, 5 de abril de 2008
Barro Preto Fashion
Vesti meu cocar e lá fui eu. Acabei sendo fisgada por bexigas roxas e douradas na entrada de uma loja. O olhar míope demorou a entender o que acontecia lá dentro, mas era isso mesmo – mulheres desfilavam ininterruptamente numa passarela – bolsa, sapato, blusa de oncinha e shorts de cetim. A seleção musical era digna de desfiles internacionais. Enquanto isso, o único ser do sexo masculino por ali narrava os preços das peças num microfone sem fio, destacando: “Aqui na Bless, tem desfile todos os dias!”.
O mais louco estava por vir. Uma outra locutora (!!) perguntou quem seria a próxima cliente a desfilar. “Atenção, valendo!”. E uma jovem vendedora gritou da cabine: “Aqui!!!”. Ela correu levando a cliente para a passarela. A menina foi e voltou duas vezes e recebeu aplausos efusivos da clientela. Em seguida, todas as nove vendedoras assopraram no apito que carregavam pendurado no pescoço. “Parabéns, a cliente ganhou 5% de desconto e a equipe 1 ganhou 5 pontos!”.
Era uma gincana para “motivar” as vendas.
Em seguida, sobe outra cliente. Mais som de apito e gritaria de mulherada eufórica. Quando uma senhora quis experimentar a roupa da modelo, saquei que a coisa deve dar retorno. Ainda assim, fiquei perplexa. De quem será a idéia original?