No bairro de Perdizes, a moradora de rua negra com cortes na perna e dezenas de sacolas pesadas continua de pé nas redondezas do Centro Espírita – faça chuva, faça sol. O barbeiro Tiso mantém uma clientela fiel a preços populares de corte de cabelo. O chinês da feira livre ainda atrai vizinhos com um belo pastel de palmito. Em compensação, o açougue da esquina virou boutique de luxo. As armações de concreto nas proximidades deram lugar a prédios de 20 andares com terraço protegidos por suntuosas guaritas. O meu velho supermercado Sonda agora é um shopping monstruoso que desponta indecentemente no céu cinza da avenida Matarazzo.
Na cidade de concreto, os habitantes são figurantes eternos de um cenário mutante.
Um comentário:
Se demorar mais a ir por lá, pode ficar sem conhecer mais nem onde morou.
Postar um comentário