Já o Palácio das Artes, fundado em 1971, é o espaço mais nobre de BH para apresentações de óperas e orquestras. Com capacidade para toda a high society mineira, fica fácil imaginar o clima formal do espaço do Grande Teatro.
A fusão desses mundos aconteceu há duas semanas, quando Os Satyros apresentaram a contemporânea versão de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, para uma platéia lotada no Palácio das Artes. A atriz Norma Bengell – convidada especial como Madame Clecy, papel que já interpretou em 1976 – parece ter percebido a dimensão quase histórica da curta temporada
Apesar dos vídeos, da música de Bjork e da seqüência frenética de cenas desta superprodução bancada pelo Itaú Cultural, a história foi respeitada. O frio na espinha também é o mesmo que senti com a montagem do Grupo Tapa, dos idos dos anos 90, no teatro da Aliança Francesa. À época, eu e minha prima, pré-adolescentes, tivemos pesadelos diários com vestidos de noiva e custamos a perdoar nossas mães bicho-grilo pela inconseqüência de nos “obrigar” a assistir a peça. Pura bobagem. Agora sei que, independentemente da idade, ninguém escapa do choque provocado por Nelson Rodrigues. Aliás, não deve escapar.
2 comentários:
Já te contei que o P.A. é um dos meus argumentos chave na minha diatribe anti-Niemeyeriana (que todos os raios o partam e todos os diabos o carreguem) ?
Ahhhhhhhhhhhh não concordo! pelo menos agora o vestido assusta só na peça! e a penumbra da noiva fugitiva na noite calada do TAPA na cabeça de uma criança.......... haja semanas!
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