Seja na praça Sete, com o vai e vem de milhares de pessoas no horário comercial, seja na aparente calmaria da praça da Estação e suas fontes de água, a solidão comum aos habitantes da metrópole está muito bem retratada no filme. Na visão dos diretores, Beagá não tem nada de bucólica. É realisticamente retratada como caótica, multifacetada, agressiva, arriscada.
Alias, a palavra “risco” foi destacada jornalista Israel do Vale num belo comentário sobre o filme, republicado no blog Futuro da Música. Faz sentido vivenciar o incômodo provocado por todas as histórias (com exceção da aventura com a noiva abandonada, que, de tão insólita, é o "momento relax" do filme). E talvez um dos grandes diferenciais desta produção tenha sido arriscar na linguagem para desnudar as angústias bastante contemporâneas de quem vive, hoje, numa grande cidade. Que – ufa - não precisa ser São Paulo ou Rio de Janeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário