(Imagem de Galo de Souza, de Recife)
Belo Horizonte terá sua primeira Bienal Internacional de Graffiti (assim mesmo, com essa grafia). A notícia é pra lá de bem vinda. Pena que eu tenha me tornado um pouco cética quanto a eventos deste porte. Mesmo no caso da glamourosa Bienal de Arte de SP, sei que muitos interesses da curadoria nem sempre se limitam a parâmetros artísticos. A Bienal do Livro é outro exemplo.
De qualquer forma, não deixa de ser interessante imaginar que os responsáveis por esta arte - marginal por excelência - agora estejam articulados numa Bienal. Entre os artistas brasileiros, haverá destaque para a produção local de Minas. Também participam grafiteiros da Inglaterra, Holanda, Japão, Alemanha, Chile, Porto Rico e EUA. De 30 de agosto a 7 de setembro, a Bienal ocupa a Serraria Souza Pinto com shows, exposições e seminários. [Aliás, um deles parece especialmente interessante: “Vandalismo, arte marginal ou nova estética?”, no dia 5, às 16h.]
Apesar de todo o agito prometido, confesso que meus interesses estão mais voltados para uma mostra paralela e independente de arte de rua chamada Kréu Krio. Sem patrocínio de mega empresa ou apoio de leis de incentivo, coletivos mostram trabalhos de grafite, lambe-lambes, instalações e sticker (vulgo “adesivo”) no Mercado Novo, de 30 de agosto a 5 de setembro. O Pixelando traz mais informações.
2 comentários:
Você deveria conversar com a Deborah... o trabalho de pesquisa dela (mestrado e doutorado) é sobre Grafite.
Eu tenho, como você pode adivinhar, restrições ferrenhas contra o defacement das superfícies não autorizadas, mas o efeito muitas vezes é bem bonito mesmo. É mais uma daquelas (muitas) instâncias em que a ética entra em conflito com a estética.
Essa coisa do mainstream sempre acabar "comendo" o marginal é terrível, né? Como ficarão as gangues depois que o grafite (e mesmo a pixação braba) forem completamente absorvidos e digeridos?
post fino!! =D
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