Não tive como participar do debate realizado no auditório da UFMG ontem sobre Jornalismo Independente. Hoje, lendo as notícias de repercussão no portal da Universidade, me deparo com a mesma limitação que tenho observado em eventos de grande porte dedicados à discussão de temas como jornalismo cultural: ONDE ESTÃO OS NOVOS COMUNICADORES? O QUE DE NOVO/ POSIVITO ESTÁ SURGINDO A PARTIR DO JORNALISMO COLABORATIVO? QUAL O PAPEL DAS REDES VIRTUAIS NA PRODUÇÃO DE UM CONTEÚDO PLURAL?
Em congressos e debates que atraem tanto público, vemos sempre os mesmos figurões que, por mais que tenham migrado para blogs, twitter, etc, ainda estão tomados da nostalgia pelo antigo fazer jornalístico e seus vícios. Obvio que o resultado é um abismo entre as expectativas dos velhos e jovens jornalistas. Venício Lima, professor de Comunicação da UnB, ainda usa o conceito de jornalismo independente criado nos EUA nos anos 40, por exemplo.
Mais uma vez, não vemos contempladas as idéias novas, que considerem o novo mercado jornalístico, as possibilidades da web e a inteligência coletiva. Pelo que pude captar do debate na UFMG, nada se falou sobre projetos do tipo Overmundo, Baixa Cultura ou Na Rua. Sequer o Centro de Mídia Independente - modelo mundial interessante, apesar de algumas limitações, claro – foi citado.
Por isso, cada vez mais, percebo como a tática da oficina de Jornalismo Cultural Independente realizada dias antes da TEIA, em BH, teve seus méritos. A base da oficina e dos debates esteve, basicamente, no conhecimento e na prática dos próprios participantes. O modelo dinâmico de trabalho em grupos favoreceu uma rica troca de experiência e de pontos de vista sobre o que seria este tal Jornalismo – e o que pode vir a ser.
[Apesar deste desabafo, a entrevista com Luiz Nassif realizada por ocasião do debate tem pontos interessantes, como quando ele afirma que a Internet tem contribuído para o fim do império dos grandes jornais sob a opinião pública. A conseqüência disso, para ele, é a desmoralização dos jornais, “proporcional à valorização das outras mídias”.]
4 comentários:
não acredito em jornalismo independente, se não estiver preso a um partido,homem, empresa, vai estar a serviço de uma idelogia
Cadê o Gustinho???? hehehehe.
Olá, Ediney,
Concordo com você. Mas se a ideologia do veículo não for a dominante e abra espaço para a pluralidade, talvez já seja um bom começo. Do meu ponto de vista, o Centro de Midia Independente é anarquista demais, por exemplo. Mas a existência deste espaço como contraponto para a divulgação de idéias se tornou extremamente importante - por isso tem algo, sim, de independente.
(Talvez este meu comentário esteja confuso demais. Se quiser, vamos rendendo conversa por aqui!)
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