quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Minas sem montanha

Com 23 mil habitantes, Ibiá revela muito mais sobre o interior de minas (e do Brasil) do que as famosas cidades do circuito do ouro mineiro. Fica a 320 quilômetros de BH, próxima a Araxá – já integrante do Triângulo Mineiro. Engraçado, mas é fato: Minas é tão grande, que cidades ricas como Uberaba, Uberlândia e Araguari se relacionam economicamente é com São Paulo.

Estive em Ibiá neste Natal por pouquíssimo tempo. Nem o Quilombo do Ambrósio, marco do povoamento local, consegui visitar. Minha câmera fotográfica imaginária captou uma decoração de natal com luzes, estrelas e renas nas duas principais praças da cidade – entre elas a da Igreja da Matriz, que foi pintada recentemente, mas já está com o gesso interno do teto despencando.

Nas ruas, crianças estreavam felizes a bicicleta, os patins e a boneca ganhos na noite anterior. Os poucos bares de parede azulejada abertos na manhã do dia 25 eram pouco convidativos – só homens, já na cerveja, jogando sinuca e papo furado. Música mesmo só se ouvia dos carros dos playboys que rodeavam a mesma praça tocando funk carioca no último volume.

Também chama a atenção a limpeza da cidade. As duas únicas pixações nos muros diziam “Diretas para Presidente!”, causando dúvidas sobre a atualidade do protesto, e “Xerox", no muro da papelaria que provavelmente oferece o serviço de cópia. Além dos anúncios da prefeitura, um único outdoor comercial causava estranhamento na paisagem. Ao menos souberam “capitalizar” aquela placa gigante com dois modelos sorridentes vestindo blusas Hering – um cartaz em folha sulfite, no cantinho direito, lembrava o nome e o telefone da loja onde se encontra a malha.

Agora, caso precisasse apontar um único atrativo turístico da região.... é o QUEIJO! Maravilhoso. Melhor ainda acompanhado de um levíssimo doce de leite... (Dizem que já estou meio mineira, mesmo....)

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