terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Eu vi o Celton!














Lacarmélio Alfêo de Araújo. Só pelo nome, já seria uma figura. Mas este mineiro de Mantena vai longe em suas particularidades – desde a década de 80, ele próprio vende os quadrinhos que desenha. Onde? Nos semáforos engarrafados de Belo Horizonte, com uma placa gigante e os simpáticos dizeres:

Leia Celton
Estou vendendo revistas em quadrinhos que eu mesmo fiz. Neste número: O Motoboy.
R$ 2,00 – 32 páginas

Segundo o próprio Lacarmélio – que também atende por Celton, o nome do herói das suas histórias – a fórmula da venda nas ruas é a que “finalmente emplacou a revista”. De tão pitoresco, já é visto por alguns cidadãos como patrimônio cultural mineiro. Bem, não é a toa que vibrei de felicidade ao encontrar o sorridente moço de 37 anos correndo na av. Senhora do Carmo e conseguir comprar a edição atual, voltada para o público infantil – A Mão da Mamãe. Tenho comigo outra revista, Mistério da Caverna, em edição especial distribuida gratuitamente pela Petrobras.

Bastante ingênuas do ponto de vista do conteúdo e simples graficamente, o grande barato de Celton não está exatamente no trabalho artístico. O lance é o contexto das aventuras do herói, todas ambientadas nas proximidades de Belo Horizonte – Serra do Curral, Estrada Real, Rio das Velhas, Sabará e av. Silviano Brandão são alguns dos cenários onde se as aventuras se desenrolam. Não deixa de ser divertido reconhecer algumas dessas paisagens, ruas e placas de trânsito... Recomendadíssimo!

E já que a alegria do rapaz é mesmo contagiante, escolho esta figura tipicamente mineira (e nada Finlandesa) para desejar a todos os amigos do Tutu um lindo Natal! Um grande abraço e até logo, logo...

*Olha que coisa, Celton está também na Wikipédia!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Paulistanices














Já me disseram que o termo “mineirice” pode soar pejorativo. O bonito, por essas bandas, é cantar a “mineiridade”. Bom lembrar que, ao menos no conceito deste espaço virtual, mineirice não tem nada de ruim. Pelo contrário: serve para traduzir peculiaridades, traços marcantes, curiosos, únicos. Por essas e outras, tenho encontrado uma verdadeira paixão como “caçadora de mineirices”.

*

Desta vez, inverti a ótica do binóculo. Neste rápido e frenético fim de semana em São Paulo, identifiquei algumas “paulistanices” que começam a ganhar nitidez...

- Só numa mega capital como São Paulo há tanto dinheiro em jogo a ponto de transformarem a decoração de Natal da av. Paulista na competição “Quem ilumina mais?”. Vejo claramente a inveja empresarial correndo solta – do prédio da Fiesp ao Banco Real, o discurso da sustentabilidade vai por água abaixo no gasto de energia com milhões de lâmpadas formando designs variados. Do brega ao chique, o que vale é ostentar. O extremo disso é constatar o trânsito da 1 da madrugada no domingo. Filas de carros e muita gente nas calçadas faz visita aos vários papais-noéis moradores de bancos. Estranhos tempos.

- Já viu três, quatro ou cinco seguranças vestidos de terno preto e munidos de radio-comunicadores em frente a prédio de classe média? A obsessão pela “segurança” pode mesmo não ter limites. Mesmo quando o salário do condômino não é lá essas coisas, ter homens de preto na porta do prédio virou padrão. [Enquanto isso, em BH a preferência é pelo sistema de alarme.... Lembra do post mais polêmico deste Tutu?]

- Shopping é praia de paulista e ponto final. Ao invés da tradicional praça de alimentação, os novos shoppings têm espaço para verdadeiros restaurantes internos, onde o ambiente simula um conforto distante da caustrofóbica realidade externa. Mas a ilusão dura pouco. Acabado o almoço, é hora de pegar fila para o elevador panorâmico e, em seguida, fila para pagar o tíquete do estacionamento. Pensando bem, as filas não acabam mais...

[Foto do Estadão, que acompanha matéria sobre o novo turismo de Natal em tempos de crise...]

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Triste Silviano











Não há reza braba no dia da padroeira da cidade nem fogos do aniversário de 112 anos da capital mineira que tirem a “urucubaca” da Silviano Brandão. Como num crescente de feiura, a grande avenida se torna mais agressiva e poluída a medida em que se distancia da Cristiano Machado e chega no Horto. Das poucas lojas de móveis com algum glamour para os Topa Tudo e os degradantes e mal cheirosos açougues, define-se uma paisagem triste, suja, agressiva, abandonada.

Nos últimos meses, os açougues colados na fumaça dos carros da rua ganharam roupagem nova. Mister boi, quem diria, tem caixas de som voltadas para a rua e catracas na entrada e na saída. No vidro, lê-se o inteligente slogan – “Aqui, é muuuuito melhor”. Não raro, bexigas são usadas na decoração. Mas como frequentadora da região há quase dois anos, preciso relatar que a antiga caatinga nauseante caracteristica da calçada dos açougues na era pré-reforma ainda insiste em aparecer eventualmente. Troço horrível.

Nessas idas e vindas pela avenida – próxima do Galpão Cine Horto – tento encontrar alguma poesia no concreto. A lojinha estilo armarinho, que vende fitas, papéis e botões, guarda um simpático traço interiorano. Mas as lanchonetes e os bares azulejados estão sempre ocupados por homens tristes em amarelos sorrisos movidos a cachaça. Nos balcões, os pastéis engordurados e o torresmo da semana passada jamais convidam para ficar. A chapa preta que frita o churrasco tem sempre cinco centímetros de velha gordura.

Triste, cinza, barulhenta. Sem saber muito da biografia de Benjamin Franklin Silviano Brandão, prefeito de Belo Horizonte entre 1909 e 1910, estou quase certa de que o politico merecia melhor homenagem.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Desfazendo a mala

Hora de criar coragem para esvaziar a mala de 10 dias de viagem por Minas - com gravações em Viçosa (de novo!!), São João del Rey, Barbacena e Lavras (duas novatas no meu passaporte mineiro). Mas acabo de decidir adiar meia hora desta bendita "hora da coragem" e dividir com vocês parte dos cacarecos e das descobertas que trago desses outros lugares/ outras cidades quase invisíveis...












Rosa geneticamente modificada - Barbacena













Suntuosa flor tropical: Bastão do Imperador - SJDR












Remédio popular do camelô - Barbacena













Paisagem barroca - SJDR

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Diálogo caipira

Conversação digna de nota. Literalmente, anotada em papel rascunho durante viagem desta que vos escreve a bordo do ônibus de Alfenas a Passos, Minas Gerais. Claro, aqui se registra a fala de apenas um dos interlocutores. Homem moreno, alto, de bigode, cabelos enrolados. Tema_ o que faz mais mal? Cigarro ou pinga?

- O cigarro faiz mai mar que a pinga. Já pelejei pá largá i num cunsigui.

- ....

- Essa pinga marela mermo eles põe pó di serra pá ficá marelo. Num tem jeito, não.

- ....

- Agora, essa rosera é milhor que a di garrafa. Pá quem tem ressaca, oce pode tomá que ela num dá ressaca. Eu nunca tive ressaca.

- ....

- Agora que eu larguei a pinga eu levo a cumida pra roça e ela volta todinha. Comida isfrio num vale pá mim.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Minas sem fim...

Este mês volto a encarar as estradas de Minas. Justamente quando pensava que os temas jornalísticos de ciência e a tecnologia não me apresentariam novas cidades no Estado, eis que a produção do programa traça um roteiro com algumas novidades: Andradas e Barbacena. Passei as duas últimas noites em Andradas - 6 km de São Paulo. Nem preciso dizer que o "r" carregado é totalmente diferente do "r" mudo dos belo-horizontinos... Mais um canto afastado das influências da capital mineira - jornal, só o Estado de S. Paulo. Times de futebol? Nem sombra de pena de galo ou rastro de cruzeiro no céu. O mais engraçado é o motivo da viagem: produção de flores! Sabia que Andradas está a caminho de se tornar uma nova Holambra?

Mas a viagem prossegue. Por conta própria, saltei em Poços de Caldas a caminho de Passos, cidade da minha avó. São 300 quilômetros suados de ônibus, num pára-pára interminável! Sem ônibus direto, vim para Alfenas - ainda no sul. Aqui, pit stop para lanche e lan house. Em 15 minutos encaro mais algumas horas até meu destino final.

No ônibus, flagrei uma conversa ótima entre dois homens da roça. Queria compartilhar, mas meu tempo é pouco por aqui. Fica para a próxima.... Abraços a todos!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

And the Oscar goes to…













Equipe do Planeta Minas – Rede Minas de Televisão!!! Tive o privilégio de representar um time de 15 profissionais responsáveis por todas as etapas do programa Tecnologia para Especiais, vencedor na categoria Tecnologia da Informação, Comunicação e Multimídia – Veículo Não-Especializado do Prêmio Imprensa Embratel. A cerimonia aconteceu na noite de quarta-feira, no Rio de Janeiro.

Acredito que o mérito do programa esteja em mostrar como a tecnologia pode ajudar a suprir parte das necessidades de quem já vive cercado de limitações. Conseguimos mostrar o trabalho de ponta feito por pesquisadores de diversas áreas que se dedicam a este objetivo. A produtora Aline Mattos ainda encontrou histórias emocionantes como a do Gleison Faria, de Itaúna (Centro Oeste de MG), que desenvoleu um teclado de computador adaptado para quem tem paralisia cerebral. Detalhe - ele mesmo é um portador da doença.

Obrigada a todos que torceram! Hora de comemorar nosso esforço e de celebrar as conquistas do jornalismo público brasileiro. [Uma das comemorações – a Rede Minas vai exibir o programa premiado neste sábado, às 19h30!]

Aqui, lista de todos os belos trabalhos ganhadores.

domingo, 8 de novembro de 2009

Xuxa? Que nada!

Correria, desdobramentos importantes do final do ano, tempo milimetricamente planejado. Enquanto os pernilongos se reproduzem em velocidade ímpar na capital mineira, seus habitantes aguardam a iluminação da praça da Liberdade e os sagrados dias de folga para as festas. UFA! Muita enrolação para dizer que não tenho tido tempo de dividir coisas boas que andam acontecendo por aqui com os leitores do Tutu. Mesmo assim, não me custa tanto tempo aproveitar este espaço para lembrar de personalidades de Minas que sempre vão se destacar.



Uma delas é a Rúbia, apresentadora de um conhecido programa infantil no estado. A primeira vez que ouvi falar do TVX, fiz uma associação automática com a loira ícone dos velhos programas de auditório para crianças. Mas o trabalho da Rúbia tem muito mais a ver com vocação do que com exploração. A moça, de 29 anos, tem um lugar cativo na TV Horizonte – diariamente, ela apresenta um programa ao vivo que recebe quase 100 crianças em estúdio. As brincadeiras e os quadros são leves, divertidos, educativos. Um dos pontos altos é a contação de histórias – com poucos recursos, ela prende a atenção dos pequenos...... e dos adultos. Não é à toa que, em outubro, ela tenha completado dez anos à frente da atração! [Mais vídeos no site pessoal e no Myspace da Rúbia!]

Enquanto isso, Eliana vira o novo Gugu do SBT....

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mais Mostra… em Juiz de Fora














Coincidência das boas. Enquanto São Paulo vive sua badalada 33a. Mostra Internacional de SP – lembrada aqui com um textinho do baú – descobri um festival muito bacana que agita Juiz de Fora esta semana. Descoberta, desta vez, ao pé da letra. Cheguei em JF para as gravações do próximo Planeta Minas e, no agito do incansável centro da cidade, reparo numa tribo de camisetas iguais rondando padarias e lanchonetes dos calçadões. O ponto de partida do bando era o cinema Cinearte Palace, em plena rua Halfed, onde aconteciam as exibições do festival Primeiro Plano 2009. Na verdade, trata-se de uma grande programação composta por mostras competitivas de curtas e pré-estreias de longas, pela Mostra Mercocidades – com filmes de outros países latinos – e pela Mostra Audiovisual de Juiz de Fora.

Na medida da minha agenda de trabalho, consegui sentir a brisa do evento – peguei duas sessões da Competitiva de Curtas Nacional, na terça e na quarta-feira. Na terça-feira, outra vez, me deparei com uma bela coincidência. Na programação, o curta Fim de Semana Sim tinha Vinicius Toro com um dos diretores. Olha só – o garoto foi meu amigo no cursinho pré-vestibular e colega da Escola de Comunicações e Artes da USP, no curso de Audiovisual. Ele não pode participar do evento e por pouco pulei da poltrona para me voluntariar como representante do curta. Impressionante o trabalho da equipe do Vinicius para construir uma narrativa sensível tendo como protagonista uma garota nos seus oito anos de idade que vive as dificuldades da separação dos pais. Dirigir crianças na TV e no cinema não é para qualquer um, mesmo! [E salve Cao Hamburguer!]

Nesta seleta de curtas da competição, nem tudo era novidade. Alguns estrelavam atores consagrados como Caio Blat e Fernanda Machado, com uma estética técnica impecável porém previsível. Mas os rebeldes e alternativos tiveram espaço! O extremo foi A luz vermelha do bandido, dirigido pelo paulista Pedro Jorge. Segundo suas próprias palavras, trata-se de um “documentário-radialistico-cientifico-experimental de cinema” que presta homenagem a grande obra de Rogério Sganzerla. E dá-lhe experimentalismo! Um dos performances que participam do filme é Seu Jorge, para vocês terem uma ideia.

Animações graciosas e bem feitas ainda passaram pela tela do Palace nesta minha pequena carona no festival. Bela iniciativa para a divulgação do novo – antena ligada para o que vem sendo feito a nível local, nacional e regional. Ao invés de babar no novo Almodóvar, uma chance de acompanhar os primeiros passos de novos grandes diretores. O festival Primeiro Plano termina dia 31. E eu já saí no lucro.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Prêmios!

Semanas de ótimas notícias. Eu e a equipe do Planeta Minas, na Rede Minas, ganhamos o prêmio dos 100 anos do Instituto Nacional de Meteorologia/ INMET na categoria Televisão com o programa Tecnologia do Tempo. A cerimônia acontece dia 19 de novembro, em Brasília. E, como se não bastasse, acabamos de saber que o programa Tecnologia para Especiais, veiculado em 2008, é finalista do Prêmio Imprensa Embratel – um dos mais importantes do país. Concorremos com SBT e Revista Época na categoria Tecnologia da Informação, Comunicação e Multimídia - Veículo Não-Especializado. Claro que a indicação já é uma grande conquista. O programa mostra como grandes novidades tecnológicas desenvolvidas em universidades de Minas Gerais podem mudar a vida de quem tem alguma deficiência física ou mental. Em especial, um aparelho que identifica cédulas de dinheiro para cegos – trabalho da PUC/Minas – e um software livre adaptado para a inclusão de portadores de sindorme de Down, autismo e paralisia – uma pesquisa da Universidade Federal de Viçosa.

Pela primeira vez na história deste blog, abro espaço para a divulgação de um release. Acho que vale a pena ;-)

------------

Prêmio Imprensa Embratel divulga finalistas da edição de 2009

Redação Portal IMPRENSA*

O Prêmio Imprensa Embratel divulga a lista de reportagens finalistas da edição 2009. São 52 trabalhos que concorrem em 17 categorias, além do Grande Prêmio Barbosa Lima Sobrinho para o melhor trabalho.

Os nomes dos profissionais premiados serão conhecidos na festa de entrega dos troféus, dia 11 de novembro (quarta-feira), no Rio de Janeiro (RJ). O evento reunirá todos os finalistas para uma das maiores premiações do jornalismo brasileiro.

A edição 2009 teve 1.219 trabalhos inscritos de todo o país em sua 11ª edição. São 956 trabalhos nacionais e 263 regionais concorrendo a 18 premiações. Nas categorias nacionais houve um crescimento de 32% nas reportagens investigativas, 18% nas de televisão e de 17% nas de rádio.

A avaliação das reportagens inscritas levou em conta a importância do assunto (relevância nacional ou regional), extensão da reportagem, qualidade da edição e esforço despendido pelo repórter para a sua realização, assim como a repercussão e os resultados obtidos.

A 11ª edição do Prêmio Imprensa Embratel distribuirá R$ 166 mil (valor bruto) para trabalhos jornalísticos distribuídos em 17 categorias específicas e no Grande Prêmio Barbosa Lima Sobrinho. Confira a relação completa de reportagens finalistas, por categoria, do Prêmio Imprensa Embratel 2009.

Jornal e Revista

A ENFERMARIA ENTRE A VIDA E A MORTE / A MULHER QUE ALIMENTAVA, de Eliane Brum - Revista Época
FAVELA S.A., de Sérgio Ramalho, Cristiane de Cássia, Dimmi Amora, Fernanda Pontes, Selma Schmidt, Carla Rocha e Luiz Ernesto Magalhães - Jornal O Globo
OS ANTI-HERÓIS - O SUBMUNDO DA CANA, de Joel Silva e Mário Magalhães - Jornal Folha de S.Paulo

Televisão

EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA, de Alan Severiano e equipe - TV Globo - Rio
ESCRAVOS DO SÉCULO 21, de Mauricio Ferraz e equipe - TV Globo - Rio
O HORROR DA PEDOFILIA, de Lúcio Sturn, com participação de Alline Passos e Christina Lemos - TV Record

Jornalismo investigativo

A FARRA DAS PASSAGENS, de Lúcio Lambranho, Edson Sardinha e Eduardo Militão -www.congressemfoco.com.br
A MÁFIA DA MERENDA ESCOLAR, de Vinicius Mello Costa - TV Record
CASO ZOGHBI, de Andrei Meireles e Matheus Leitão - Revista Época
FILA DA VIDA ESTÁ PARADA, de Pâmela Oliveira - Jornal O Dia

Reportagem Econômica

ATÉ ONDE VAI ESTA CRISE (E COMO ELA PODE AFETAR O BRASIL), de Angela Pimenta, Tatiana Gianini, Tiago Maranhão e Luciene Antunes - Revista Exame
CRISE ECONÔMICA, de Ana Paula Padrão e equipe - TV SBT
O BRASIL QUE EMERGIRÁ DA CRISE, de Ricardo Allan, Vânia Cristino, Mariana Flores, Letícia Nobre, Edna Simão, Vicente Nunes, Luciana Navarro, Karla Mendes e Luciano Pires - Jornal Correio Braziliense

Responsabilidade Socioambiental

MORTE LENTA DA FLORESTA DO MAR, de Leonardo Cavalcanti - Jornal Correio Braziliense
ESTÁ EM SUAS MÃOS, de Paulo Rebelo, Luciana Veras, Júlia Kacowiez, Thiago Marinho, Eduardo Costa, Phelipe Rodrigues, Marcel Tito, Taciana Góes e Tatiana Sotero - Diário de Pernambuco
TRÁFICO DE ANIMAIS: NA ROTA DA EXTINÇÃO, de Fábio Diamante e equipe - TV SBT

Reportagem esportiva

COPA DO MUNDO É NOSSA, de Helvídio Mattos e equipe - ESPN Brasil
APARTHEID - PORTUGUESA SANTISTA, de Marcelo Outeiral e equipe - TV Globo - Rio
ARAGUARI, PIONEIRAS DO FUTEBOL FEMININO, de Renato Peters e equipe - TV Globo ¿ Rio

Reportagem Fotográfica

CRISE, QUE CRISE?, de Marcelo Carnaval - Jornal O Globo
LADRÃO EM FUGA, de Adenilson Nunes - Jornal Correio da Bahia
TIROS E SOCOS NAS LARANJEIRAS, de Daniel Ramalho - Jornal do Brasil

Reportagem cinematográfica

ATOL, A BELEZA MARINHA DENTRO E FORA D'ÁGUA, de Josimar Parahyba - TV Globo Nordeste
FLAGRANTE SUPERVIA, de Eduardo Torres - TV Globo - Rio
JOVEM MORTE, de Junior Alves - TV SBT

Rádio

CAMINHAR SOBRE RODAS: A VIDA DOS USUÁRIOS DE CADEIRAS DE RODAS NO BRASIL, de Cristina Coghi e Fernando Gallo - Rádio CBN
OBESIDADE INFANTIL: UMA EPIDEMIA CONTEMPORÂNEA, de Marcelo Santos - Rádio Catarinense PERIGO NA TELA: O VÍCIO DO NOVO SÉCULO, de Marcelo Santos - Rádio Catarinense

Jornalismo cultural

100 ANOS DE CARTOLA, de Lívia Carla - Rádio MEC
MACHADO DE ASSIS - 100 ANOS DE MEMÓRIA, de Ana Lúcia do Vale e Kamille Viola - Jornal O Dia
MACHADO DE ASSIS SOMOS NÓS, de Schneider Carpeggiani e Fabiana Moraes - Jornal do Commercio / PE

Tecnologia da Informação, Comunicação e Multimídia - Veículo Especializado

CAMINHOS DIGITAIS DO CEARÁ, de Thiago Cafardo, Luiz Henrique Campos e Demitri Túlio - Jornal O Povo
RETRATO DE UMA DÉCADA, de Gilberto Pavoni Junior, Vitor Cavalcante, Felipe Dreher e Ana Lúcia Moura Fé - Information Week Brasil
SEGURANÇA NO E-COMMERCE, de Sandra Cunha - Revista Security


Tecnologia da Informação, Comunicação e Multimídia - Veículo Não-Especializado

INTERNET, de Patrícia Travassos - TV SBT
TECNOLOGIA PARA ESPECIAIS, de Julia Tavares - Rede Minas de Televisão
VOCÊ JÁ USOU O TWITTER? SOB O OLHAR DO TWITTER, de Renata Leal e Ivan Martins - Revista Época

REGIONAL

Centro-Oeste

MENINOS SEM FUTURO, de Vinicius Jorge Sassine - Jornal O Popular
O CAMINHO DA ILUSÃO, de Carmen Souza - Jornal Correio Braziliense
OS DIREITOS DA INFÂNCIA, de Erika Klingl - Jornal Correio Braziliense

Nordeste

ARQUIVO MORTO - MÁFIA DAS EXECUÇÕES EM FORTALEZA, de Demitri Túlio, Cláudio Ribeiro e Thiago Cafardo - Jornal O Povo
FERIDAS ABERTAS DA FOME, de Carol Almeida e Ciara Carvalho - Jornal do Commercio / PE
VÍTIMAS DA OMISSÃO, de Isly Viana e equipe - TV Record

Norte

DA ESCURIDÃO PARA A LUZ, Silvio Martinello - Jornal A Gazeta
TRABALHO ESCRAVO, de Nyelsen Martins e equipe - TV Record
WAIMIRI-ATROARI, MASSACRES, RIQUEZAS E MISTÉRIOS, de Ricardo Oliveira e Orlando Farias - Jornal Amazonas em Tempo

Sudeste

CONSELHO DE MARAJÁS, de Alana Rizzo, Amaury Ribeiro Jr. e Alessandra Mello - Jornal Estado de Minas

INFÂNCIA INTERROMPIDA, de Jussara Soares - Jornal Diário de S. Paulo
O GOLPE DO SINAL AMARELO, de Antero Gomes - Jornal Extra

Sul

A EPIDEMIA DO CRACK, de Itamar Melo e Patrícia Rocha - Jornal Zero Hora
GOLPISTAS DA MENSAGEM PREMIADA DETALHAM ESQUEMA QUE ATINGE VÍTIMAS NO RIO GRANDE DO SUL, de José Renato Ribeiro - Rádio Gazeta AM 1.180
MÁFIA LARANJA, de Mauri König - Gazeta do Povo

*Com informações da assessoria de imprensa

domingo, 25 de outubro de 2009

A primeira Mostra...

Difícil esquecer! Segundo ano de faculdade, poucas responsabilidades sérias, muito tempo de sobra. Em 2004, mergulhei no mundo dos cinéfilos, fiz boas descobertas e, claro, também engoli alguns sapos verdes. Este ano, meu restinho de outubro vai passar longe Mostra Internacional de Cinema de São Paulo – a fase atual é de outras prioridades, outra cidade. Mas não deixo de homenagear o evento.

Dos arquivos confidenciais para o mundo, eis um texto datado de outubro de 2004 com as impressões de uma saudosa edição.

As várias facetas da 27a. Mostra de Cinema de São Paulo

Luz. Câmera. Ação. Uma vez iniciada, a mostra tem a capacidade de provocar uma espécie de comichão-não-identificado que realmente pode causar sérios problemas de ordem física e psicológica.

Chamada pela mídia de “maratona”, o apelido para a mostra talvez tenha certo fundamento. Seus participantes precisam de preparação, disposição e tempo. Muito tempo. A diferença é que essa maratona dificilmente terá um vencedor conhecido do público. Nunca se sabe quem foi o recordista em numero de filmes assistidos. E para quem pensa que quantidade vale mais que qualidade, os números podem ser exorbitantes. Na verdade, essas pessoas raramente terminam a maratona satisfeitas. Querem mais.

Um exemplo desse tipo de maratonista é uma senhora que confessava a uma amiga, na saída do Cinesesc, ter contabilizado 140 filmes. Ou seja, como a mostra teve 15 dias, ela deve ter assistido a 9,33 filmes por dia. Na verdade ela estava contanto com filmes da mostra do Rio de Janeiro, mas ainda assim podemos concluir que a pobre mulher simplesmente abandonou outros hábitos irrelevantes tais como tomar banho ou comer.

Tem também aquele outro que tirou férias para poder viver dentro de uma sala de cinema, ou muitos que saem do trabalho no horário do almoço e não voltam nunca mais.

Estranho? Bom, se você procura por “normalidade”, seja lá o que isso significa, não irá encontrá-la durante a mostra. Num raio de 2km ao redor das salas de cinema – principalmente se você estiver na Augusta - as pessoas terão roupas e cabelos muito coloridos, piercings e óculos grossos estilizados.

Mas para todas as modalidades de apreciadores do evento, ficam algumas certezas:
1) Por duas semanas, o guia da Folha ou o livrinho da mostra serão sua leitura exclusiva.
2) Após horas de quebra-cabeça para escolher um filme em determinado horário, ainda é possível não conseguir ingresso, mesmo chegando na bilheteria com nove horas de antecedência, e querer bombardear o Arteplex.
3) Você encontrará sempre as mesmas pessoas, incluindo, claro, os carinhas de Audiovisual da ECA.
4) Encontrará também amigos cinéfilos e os professores para cujas matérias você deveria estar estudando.
5) Por mais que não saiba o nome de nenhum diretor, acabará aprendendo um pouco sobre nomes esdrúxulos como István Szabo, Babak Payami, Jim Jarmush.
6) Seus amigos e familiares podem nunca compreender porquê você os abandonou por tanto tempo.

Quanto às incertezas.... Essas são mais profundas. Afinal, freqüentar a mostra é alienação ou engajamento? Vontade ou imposição social? Lazer ou catarse coletiva? Sanidade ou loucura? Será que, já vítimas do consumismo capitalista, as pessoas descobriram que a cultura pode ser um fetiche de fácil acesso?

O fato é que, após ter visto a uma porção de filmes, pelo menos um deles terá sido tão lindo ou tão incrível que você finalmente reconhece que tenha valido a pena. E então fará seus planos e esperará ansiosamente pelo próximo ano...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Minas no CQC

O formato estilo show/ auditório exportado pelo CQC da Argentina – dono da versão original do programa – beira o cansaço. Câmera nervosa, cortes excessivos, brincadeirinhas “over” por parte dos apresentadores e merchandising infantilizada são os principais pontos fracos do programa da BAND. Mas a liderança do brilhante Marcelo Tas, a perspicácia e o preparo do time de repórteres e a edição impecável – contando com as divertidas artes – apontam, enfim, para a inovação no campo da mistura entre jornalismo e entretenimento. Nosso Custe o Que Custar vem acertando o tom desde a estreia, em março deste ano.

O quadro Proteste Já é meu favorito. A proposta é conferir, in loco, alguma denúncia de mau uso do dinheiro público encaminhada pelos telespectadores – falta de entrega de uniformes escolares, obras abandonadas, obras nunca realizadas, etc. As matérias são muito bem conduzidas, ricas em personagens, e sempre correm atrás da embaraçosa retratação por parte das administrações locais. O saldo positivo da experiência está em aproximar a politica das pessoas, mostrando o quanto ela afeta nossa realidade e, por isso mesmo, deve ser fiscalizada. Genial!

A motivação deste post é o video exibido no programa desta semana, dia 19 de Outubro. A tecnológica Itajubá, no sul de Minas, onde já estive três vezes a trabalho, foi a bola da vez. Denúncia: unidade móvel de saúde totalmente abandonada pela prefeitura municipal. O argumento é que o ônibus entregue com recursos do Ministério da Saúde se mostrou inviável para utilização devido às proporções e dependência de tomadas de energia elétrica (!!). Mas não houve como evitar o constrangimento. Confira!



Aqui, alguns relatos e fotos de Itajubá.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Mineiro ganha a Espanha


















Notícia fresquinha, lida direto da fonte - nosso mineiro-brasileiro Ziraldo, nascido em Caratinga, recebe hoje o importante Prêmio Quevedos - equivalente ao Prêmio Cervantes das Letras, mas para humoristas gráficos. Bacana, não? A matéria do El País traça uma trajetória resumida da carreira do artista e publica alguns dos seus principais personagens. Tem até a morena pelada que ele chegou a propor como possível mascote das Olimpíadas 2016... (!!)

Para o autor que me fez gostar da cor Flicts e me fez pensar sobre a vida adulta de uma forma leve e bonita com o Menino Maluquinho, parabéns!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Zoológico comestível














Era uma vez um administrador da área de farmácia. Fanático por cerveja e comida de boteco, resolveu fazer um curso de gastronomia. A escola era séria, mas sabe-se lá como as tais aulas acabaram servindo de inspiração para uma ideia bastante maluca – abrir um bar especializado em carnes... exóticas! Depois de muita pesquisa, investimento e experimentação de pratos, o bar do Juliano finalmente abriu as portas com o estiloso nome de Rima dos Sabores. A ideia está fincada no bairro do Prado, tradicionalmente residencial e um pouco afastado do centro e da noite badalada de BH.

E não é qualquer boteco, não. O bar é literalmente uma casa, daquelas antigas, com taco no chão e varanda fresquinha. A decoração foi encomendada com a Asmare, famosa associação de catadores de material reciclável - o tampo de algumas mesas é feito de restos de tubo de pasta de dente; as luminárias são feitas de objetos de cozinha velhos e as paredes são lotadas de quadrinhos com retratos encontrados no lixo. Histórias de gente de verdade trazidas a tona – quem disse que isso não é arte?

O cardápio organiza as opções de um jeito super simpático – você pode escolher entre ruminantes, nadantes e saltitantes, entre outros. Confesso que ainda tropeço nessa tal rima de sabores. Desta terceira vez que estive por lá optei por uma poesia, digamos, mais pobre. Fiquei com o jacaré. O búfalo e o avestruz me olharam de longe, chamativos entre os molhos e temperos..... só olharam.

O animadíssimo Juliano garante que todos os fornecedores de carne são legalizados. Ufa! Então o jeito é provocar o paladar sem pensar muito nos animais da floresta...

Para terminar este jabá espontâneo e não pago, falta o serviço básico - Rua Esmeralda, 522, Prado. (31) 3243-7120. Aberto de segunda a sábado, das 17h às 20h. E se você for vegetariano convicto, não se sinta excluído - peça logo a porção de bolinho de mandioca com parmesão.

Na foto, dia do meu aniversário, pose para um retrato não reciclável na parede. O Juliano é o moço de bandana na cabeça. Detalhe para o ovo verdadeiro de avestruz...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Dilúvio














Quando a capa do UOL dá destaque para uma cena de pânico registrada há três quarteirões da sua casa, não há como não se sentir um sobrevivente. Ufa!

Mais fotos da chuva em Beagá - pertinho de casa, aqui.

sábado, 3 de outubro de 2009

E vá pro Olho da rua!
















Aviso de última hora aos navegantes – termina domingo uma exposição imperdível na Galeria Olido, em São Paulo. Um grupo formado por fotógrafos, artistas plásticos e performes envolvidos há anos com o tema dos moradores de rua e cortiços apresenta suas visões pessoais sobre este universo de exclusão. O resultado é um caleidoscópio de sensações complexas e reveladoras.

Há ainda a força dos depoimentos de quem vive ou viveu a marginalidade social e o abandono. Parece algo simples, mas não é incrível que a vida e a voz dessas pessoas finalmente tenha ocupado uma galeria de arte pública?

Quem não pode estar em São Paulo ganha muito com a visita virtual detalhada em imagens no blog da exposição. O virtual em altas doses de realismo.

PARTICIPANTES
ALDERON COSTA , AUGUSTO CITRANGULO, ANTONIO BRASILIANO, ANDERSON BARBOSA, EDUARDO VERDERAME, ESQUELETO COLETIVO, F?, FABIANE BORGES, FELIPE BRAIT, FLAVIA VIVACQUA, FLORIANA BREYER, GUTO LACAZ + CELSO GITAHY, LUCAS D., MARCOS VILAS BOAS, MARIANA CAVALCANTE, PAULO ZEMINIAN, RODRIGO ARAUJO, PEETSSA, PEDRO RANCIARO, SEBASTIÃO NICOMEDES, TÚLIO TAVARES

OFICINAS OCAS”
CABEÇA SEM TETO, OFICINA DE CRIAÇÃO, PONTO DE CULTURA

CURADORIA E ORGANIZAÇÃO
ANTONIO BRASILIANO, EDUARDO VERDERAME E TULIO TAVARES

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A guerra mora ao lado

Nada melhor do que não ter que se programar demais para ver uma exposição de arte. Foram quase dois anos até que eu tirasse um sábado para ir ao Inhotim, para se ter uma ideia. Em São Paulo, pior ainda. O comum é ser vítima da fórmula coisa demais + tempo de menos = exposição perdida. Minha cidade ideal é, por isso, lotada de espaços de arte em cada esquina – em meia hora, no caminho de casa, uma janela a mais para o conhecimento.

Hoje fiz meu pit stop da volta do trabalho no recém inaugurado Espaço de Arte Pitágoras. O tema não me atraía a princípio – a 2ª Guerra Mundial - mas sai impressionada. São 1800 peças que remetem ao trágico evento pertencentes ao colecionador mineiro Marcos Renault. As diversas vitrines mostram fardas de soldados das nações envolvidas com a guerra, recortes de jornal em várias línguas, medalhas de condecoração, cartas de prisioneiros, capacetes desenterrados, bandeiras nazistas, gibis, manuais de guerra, posters de propaganda política e uniformes usados em campos de concentração na Alemanha.

Em meio a tanta coisa séria, há uma centena de brinquedos que me lembraram os tão queridos Comandos em Ação do meu irmão na infância. São miniaturas muito mais bem feitas que os similares da Estrela, claro – tanques de guerra, armamentos e submarinos totalmente fieis aos originais. Engraçado como ainda hoje estes brinquedinhos de guerra resistem a rede severa do politicamente correto... mas será mesmo normal brincar de matar e torturar?.. Vai entender....

Há ainda maquetes de cenas reais da guerra com soldadinhos de chumbo mortos e ensanguentados. Com variações – como uma invasão dos aliados a uma fazenda na Europa inimiga... De tão bem feitos, conquistaram o colecionador.

E já que não há o que comemorar nestes 70 anos do início da 2ª Guerra, resta lembrar. Ou conhecer. Para isso, vale se programar. A exposição fica em cartaz até 21 de outubro na rua Santa Madalena de Sofia, nº 152 – tel. (31) 2111-2103. Recado dado!

domingo, 20 de setembro de 2009

Rap com amor












Desde a primeira audição do disco de estreia do rapper Renegado – Do Oiapoque a Nova York, esquecido em casa pela Cris Brandão, senti que havia algo único. Produção impecável, ritmo dançante, passagens inspiradoras pelo pop, reagge, samba. Obviamente, tudo muito distante do rap trazido pelo vento até a janela do meu quarto nas madrugadas de sexta e sábado – desconfio, originado das caixas de som de um baile estremecedor do aglomerado Santa Lúcia.

Mas o meu universo é mesmo o das palavras. Logo descobri que este estranhamento positivo estava ali, na mensagem do rapper mineiro. Entre a força e o protesto típicos do rap, algumas canções são extremamente doces. E, por que não, feministas! Já imaginou um rap inteiro em homenagem a uma mãe solteira? Olha só que graça - o refrão é

Benção, mãe, obrigado por ter
Me ensinado de fato o que é viver

No final, um soco no machismo:

Obrigado por não desistir de mim em meio as dificuldades
Dona Regina, a mulher que me fez homem de verdade

Não é o máximo?? Tem outra, ainda, que faz uma declaração de amor dupla - uma mulher chamada Vera pode simbolizar a comunidade do Alto Vera Cruz.

Você sabe, homem apaixonado tem visão tapada
Não acha defeito na mulher amada
Pra ela dedica rap, pra ela dedica samba
Por que todo malandro vira otário quando ama
Vera, te amo de coração

Há ainda uma ternura nada careta em temas como a amizade e a rotina na favela. Incrível! E pelo pouco que sei deste jovem belohorizontino de 26 anos, a solidariedade marca toda sua trajetória como artista. Atualmente ele é presidente de uma importante associação cultural voltada para a capacitação de jovens da periferia da cidade, o NUC. Para saber mais sobre esta história de rap, amor e engajamento, visite e ouça o site do Renegado!

domingo, 13 de setembro de 2009

Festival de Bonecos

Domingo, Praça da Estação - Três anos depois, revejo uma turma de bonecos do Brasil reunidas em BH. Atração da festa, alguns são trazidos cuidadosamente de Pernambuco.... São marionetes dos mais variados estilos prontas para serem manipuladas pelos visitantes. (E haja fila!!) Além dos espetáculos quase simultâneos em três palcos, deu para espiar o processo de confecção destes expressivos personagens pelos mestres mamulengueiros. E ouvir um forró pra lá de arretado.


























































quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Do baú

Ando cheia de ideias de posts – e sem muito tempo de escrever novidades. Em uma rápida busca por arquivos antigos, encontrei textos escritos em janeiro de 2008 para um site de cultura mineiro que não chegaram a ser publicados [após dois dias de trabalho em casa, fui informada de que a verba para o pagamento havia sido cancelada....]

Para que o material não se torne obsoleto de uma vez por todas, segue a dica de uma iniciativa que, tenho certeza, merece ser melhor divulgada.

Curta-metragem na Internet

Nem sempre navegar a esmo na Internet pode levar a terra firme. Uma opção de qualidade para produtores independentes e interessados em cinema e curta-metragem é o Porta Curtas Petrobras. O site disponibiliza 563 curtas gratuitamente, respeitando seu formato original e os direitos autorais dos criadores. Entre as opções, há clássicos como o documentário Ilha das Flores, de Jorge Furtado (1989, 13 minutos) e estréias como Nada Consta, de Santiago Dellape (2007, 8 minutos), que recebeu o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Brasília do ano passado.

Com o objetivo de veicular curtas representativos da produção nacional em termos de técnicas e elenco, o Porta Curtas aposta no potencial da Internet para difusão dos vídeos. A proposta é simples: webmasters e blogueiros podem exibir um curta em seu site ou blog a partir de um link oferecido pelo Porta Curtas. Dessa forma, o site já contabiliza mais de 8 milhões de exibições.

Entre outras ferramentas do site, é possível dar notas aos curtas e organizar vídeos favoritos na “Cinemateca”, recomendando sua seleção a amigos por e-mail. A reprodução dos conteúdos fora da Internet está autorizada sem restrições para uso pedagógico em escolas.

Uma dica especial é A Moça que Dançou Depois de Morta, de Ítalo Cajueiro (2003, 11 minutos). Produzido inteiramente com xilogravuras de cordel do artista pernambucano J. Borges, conta a história de um rapaz que se apaixona por uma misteriosa moça num baile de carnaval do interior.

[Enquanto não uso o Tutu para exibições dos curtas, a dica é digitar o nome do filme no campo de "busca" do site. E estourar a pipoca!]

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Uberlândia 121 anos



















Dois dias de sono com barulho de carro e buzina na janela. Do sexto andar do hotel vejo um horizonte de prédios e avenidas largas. Vias de quatro pistas com retornos malucos capazes de enlouquecer o mais hábil motorista. À noite, restam poucas opções de refeições além das grandes churrascarias: rodízios podem sair por 10,90, 13,90, 17,50 ou 29,90. O desfile mórbido de costelas, corações, peitos e asas de quadrúpedes e bípedes segue intenso por estas vitrines carnívoras.

Cheguei em Uberlândia nesta segunda-feira, em pleno feriado dos 121 anos. Não vejo motivos de comemoração, mas sim uma cidade do culto ao automóvel, sem os traços típicos da acolhida mineira. Meio Goiás, meio São Paulo. Nada de Minas. O Triangulo não me deixa saudades.

[Aqui, as impressões anteriores escritas há um ano!]

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Paraíso da Carrocracia

Tem coisas que só a experiência traz a tona. Esquecer do barulho e do trânsito pós-infernal de São Paulo pode acontecer como reação de sobrevivência a traumas do nosso organismo. Mas basta pisar em solo cinza para retomar esta memória nada afetiva. Motivo de sobra para festejar o já aclamado novo brasão da cidade de São Paulo, proposto pelo designer Thiago Neponuceno.



















Segue o manifesto, nas palavras do artista.

"Um novo brasão para uma velha cidade. No lugar do forte braço empunhando a bandeira da cruz de Cristo, a figura simbólica do soberano que há décadas tem sob suas rodas uma cidade rendida, ofendida, poluída, esgarçada, suja, segregada, barulhenta, burra e, mais que tudo, congestionada. No lugar dos orgulhosos ramos de café, a pistola de combustível que alimenta os senhores das ruas e a impiedosa motoserra, sempre pronta para tirar a vida de qualquer coisa que atrapalhe o pleno domínio do tirano poluidor. No lugar dos frutos do cafeeiro muitos cifrões, para que ninguém esqueça o que move as autoridades e os 'especialistas' a serviço da carrocracia. Por fim, substituindo a coroa de torres há o que restou das antigas, belas e cada vez mais escassas árvores paulistanas, mutiladas e assassinadas à luz do dia ou na calada da noite, maltratadas pelos próprios órgãos públicos a despeito de serem um patrimônio coletivo de valor inestimável. Igual ao antigo brasão apenas o orgulhoso e ufanista lema de outrora, hoje ainda mais atual que ontem: 'Não sou conduzido, conduzo', divisa perfeita para uma cidade que orienta suas políticas e ações em benefício dos interesses dos automóveis e em detrimento da sustentabilidade socioambiental da qual todos dependem. As árvores sobreviventes da Marginal Tietê começaram a desaparecer. Os lacaios da carrocracia estão sorrindo. A história não os absolverá."

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Gripe, minha vez de falar

Quando postei uma crítica a onda de pânico causada pela nova gripe, não imaginei que minha próxima missão como repórter seria falar, com profundidade, sobre a Gripe. Pois bem – três semanas se passaram e hoje vai ao ar o Planeta Minas Ciência e Tecnologia sobre o tema. Vamos falar como a atual pandemia tem exposto os riscos da gripe em geral e trazido à tona o despreparo da rede de saúde pública para lidar com a doença.

Entrevistamos respeitados especialistas da área medica e até uma historiadora, que fez um paralelo entre o surto da nova gripe e a gripe espanhola. Segundo a professora da UFMG, havia uma crença que a primeira capital planejada do país estaria livre do surto – mas não foi bem assim...

O programa ainda vai mostrar histórias de pessoas que tiveram suas vidas afetadas pelas diferentes formas do vírus influenza e falar dos tratamentos e novidades da pesquisa brasileira para o combate da nova gripe. Teremos até uma entrevista via skipe com uma jornalista residente no México, que contou como aquele país conseguiu controlar a disseminação do vírus e, claro, do medo.

Na Rede Minas, estréia hoje, dia 24, às 22h; com reapresentação na sexta-feira, às 13h30, e sábado, às 19h30. Até lá!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Ele está no meio de nós
















Pensei que passaria ilesa à febre de comentários, piadas e elocubrações a respeito do rei do pop: o único blog do mundo a ignorar a morte de Michael Jackson. Dois meses depois, me torno "mais uma". Culpa de um outdoor bizarro no alto da av. Nossa Senhora do Carmo, anunciando um tributo a MJ com a presença do Olodum em pleno Mineirinho. Precisei confirmar as informações na internet - e vi que ingressos já estão à venda on line. Mas juro que, se este blog fosse um site de notícias, eu teria um repórter escalado para "cobrir"o evento. Alguém se habilita?

[Repare na legenda da imagem acima: a realização é assinada por Savassi Entretenimento!]

domingo, 16 de agosto de 2009

Manifesto pelo Bar Sem TV

As palavras do sábio e boêmio Xico Sá serviram de deixa para este movimento que pretendo incentivar: CHEGA DE TELEVISÃO EM BAR! Para o colunista, o aparelho tem contaminado as ruas do mesmo mal que, há 40 anos, arruína lares e famílias: “A TV seguramente é uma das desgraças responsáveis por se conversar tão pouco e sem visgo na prosa”. Tem coisa mais chata do que testemunhar baixaria da novela das oito enquanto se toma um chopp gelado??

O mais maluco é o abismo entre esta percepção e a intenção dos donos dos estabelecimentos. Devem pensar que a TV seja condição mínima para ser descolado, chique, na moda – como verifiquei no boteco árabe onde estive ontem, em pizzarias ou em restaurantes um pouco mais caros. Outro fenômeno intrigante são os televisores de plasma que não exibem programação nenhuma, mas sim imagens aleatórias de comida, flores, paisagens e gente sorrindo. Esta é a escolha da sorveteria Alessa, inaugurada há alguns meses com este “diferencial”. Desculpem, mas se os donos pensam que aquele “power point” do tipo spam seja atraente, estão totalmente enganados. Eu quero é pegar logo a casquinha e fugir dali.

Por fim, mais um desabafo: odeio TV em fila de banco. O Santander exportou esta “determinação” de São Paulo para Belo Horizonte – com um rígido protocolo: a televisão só pode ficar ligada no Cartoon Network e similares infantis. Sem áudio. Juro. Não é um absurdo? O pobre fica duas horas esperando para ser atendido, com senha em mãos, absorto em imagens psicodélicas das Meninas Superpoderosas. Descobri isto no dia em que encerrei minha conta por lá e resolvi protocolar uma reclamação por escrito. O gerente não sabia me explicar por que não deixar a TV ligada em canais de notícias 24 horas, por exemplo. É muito descaso com os clientes! É chamá-los de burros na cara dura. Entre no banco, saia ainda mais medíocre.

[E pelo visto minha indignação já extrapolou os motivos iniciais deste pretensioso
manifesto...]

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Procura-se um sorriso



















Encarei o estranhamento frente a frente. Pela segunda vez. Agora, não posso mais me abster. Este homem, como o primeiro, sorri na foto. Ambos guardam segredos. Ambos deviam ter ao menos um motivo para sorrir. Mas, neste exato momento, são desaparecidos.

Estampadas no Jornal do Ônibus, as fotos em preto e branco sempre dizem muito pouco sobre a vida dos que saíram de casa sem deixar rastros. Mas estes homens de sorriso na cara desempenharam com louvor o papel do cego consagrado pelas epifanias de Clarice Lispector. Alegria combina com sumiço?

Hoje vi a foto de Maron José dos Santos. De concreto, uma única informação: 47 anos. Aos poucos, um mergulho na fotografia 3X4 revela o sorriso acentuado à direita e o bigode, ralo e comprido. A calvície parcial destoa do cabelo negro e volumoso nos arredores da cabeça. (Teria sido esta uma foto recente?) A larga blusa revela o gogó saliente. Noto em Maron um certo ar de leveza e malandragem.

O devaneio é logo interrompido pela realidade – hora de dar o sinal e descer do ônibus. Por pouco, corri o risco de só descer no Jardim Botânico.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A ressurreição de Stuart






















No último sábado consegui testemunhar uma das grandes audácias do teatro brasileiro contemporâneo: uma fiel montagem da peça Maria Stuart, de Schiller, em pleno solo mineiro. Parece exagero, mas não é. Pense na loucura para deslocar de São Paulo um elenco de 13 atores e equipe técnica, cenário e figurino necessários a esta montagem com três horas e meia de duração. Pense no esforço prévio da produção para angariar apoio financeiro. E, por fim, pense no atual cenário desolador do mercado de teatro no país. Loucura, não é?

Mas o esforço “herculano" valeu apena: o espetáculo estrelado por Ligia Cortez e Julia Lemmertz teve enfim um público considerável no Palácio das Artes durante o fim de semana. [A divulgação prévia incluiu até uma participação divertida das duas no popular programa de entrevistas Brasil das Gerais!]

Admito que, ironicamente, o “grande teatro” não é o local mais indicado para espetáculos de teatro deste porte: a acústica atrapalhou bastante a compreensão das falas em alguns momentos. A peça também exigiu do público bastante fôlego para o mergulho a um texto clássico e denso sobre a verdadeira história de poder e ódio protagonizada no fim do século 16 por duas rainhas - Elizabeth, da Inglaterra, e Stuart, da Escócia.

Talvez a dose de teatro tenha sido cavalar demais para algumas pessoas que abandonaram o território no intervalo para o 2. ato. Mas claro que, para mim, valeu a pena. Sem falar na atuação impecável dos atores, eu soube que esta é apenas a segunda vez que o texto ganha uma montagem profissional no país. A primeira aconteceu no longínquo ano de 1955, quando Manuel Bandeira fez a tradução do texto original em alemão escrito no ano de 1800 para montagem do histórico Teatro Brasileiro de Comédia – TBC. Á época, com atores brilhantes como Cacilda Becker (Maria Stuart) e Cleyde Yáconis (Elizabeth).

UFA! Para encerrar meu momento pseudocritica de teatro, é impossível não comparar os figurinos utilizados nas duas versões da peça. Se a primeira foi fiel ao requintado estilo de época, esta optou por roupas básicas e atuais. Quem sabe uma forma sutil de nos lembrar da atemporalidade da arte e dos grandes dilemas humanos.

E chega de Camas Quadradas e Casais Redondos!

domingo, 2 de agosto de 2009

Música [fina] para crianças










Há anos ouço o Rock da Onça e outras músicas que contam histórias protagonizadas por um elefante fanático por paçoca de urubu, um tubarão de dentes afiados e um lobisomem de capa preta. Antes que pensem que eu esteja em meio a uma regressão aos meus 5 anos de idade, anuncio com alegria que, em breve, estas canções estarão fisicamente disponíveis no disco Quando eu crescer!

Explicando: boa parte deste álbum dedicado ao público infantil foi gravada no meu apartamento pelo Eduardo, um dos integrantes do grupo Éramos Três. Depois de quatro anos, a produção independente entrou na fase final de mixagem e logo segue para a masterização e a prensagem. E, claro, para as mãos de amigos com ou sem pequenos em casa!

Como fã de Palavra Cantada e outros excelentes trabalhos voltados para crianças, sou suspeita para falar, mas digo mesmo assim: o CD está caprichadíssimo! A partir de hoje, a “amostra grátis” está disponível no recém criado My Space do grupo. Visitem e aguardem outras novidades...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A tal gripe...












A gripe impronunciável mata tanto quanto uma gripe comum. É bem menos perigosa do que a dengue, por exemplo, que continua sendo cultivada em vasinhos de violetas pelo país. Mas é ela que ganha manchetes, "vivos" televisivos e bate papo no sofá da loira do papagaio. É ela, portanto, que assusta. [E dá-lhe Saramago e seu Ensaio sobre a cegueira...]. O medo, mais uma vez, está entre nós. A charge de Duke, no Tempo hoje, diz tudo.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Esquina mineira

* Estranha conclusão recente: a night mineira é basicamente composta de covers – em especial aquelas que se tornam fiéis a músicas de uma única banda. Fazem sucesso estrondoso de público e têm lugares garantidos em casas noturnas. Levei um susto quando uma amiga me chamou para sair com a frase: “Vai rolar Barão.” “Barão Vermelho?!!!”, retruquei, curiosa. “É... o Carne Nua”. [Que depois de anos e anos na noite mineira começa a se apresentar com composições próprias, intercaladas com os tais covers, como eu mesma pude conferir.....] Já estou sabendo de outras bandas, com nomes que evitam o ruído na comunicação: The Doors Cover, Sargent Peppers e o Creedence Cover, só para ficar no rock'n roll. Um fenômeno que merece ser estudado com mais profundidade...

* A pracinha redonda gramada que funcionava de rotatória para carros no Luxemburgo foi extinta esta semana. Com novos semáfaros, tudo indica que o trânsito realmente vai melhorar. Mas não é que, no meio das obras públicas desta semana, o dono de uma Kombi branca ligou uma caixa de som externa ao carro para tocar Ave Maria de Franz Schubert no último volume? Eram exatamente seis da tarde.

* Em OBar, no bairro Funcionários, os clientes vão encontrar uma máquina descartável no banheiro feminino que pode ser usada anonimamente. Trata-se de projeto de um coletivo de arte que, depois de uma temporada, vai exibir as fotos mais criativas feitas dentro da cabine “privada”. [Se alguém souber o nome do coletivo e do site, me avise... Perdi o flyer!]

!Buen fin de semana a todos!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Inverno quente















Não é primeira vez que aviso no Tutu: festivais de inverno são os melhores momentos para se conhecer e visitar o circuito das cidades históricas. Minha "primeira vez" em Diamantina foi assim, em 2001. Entre Chicas da Silva, Juscelinos e Vesperatas, encontrei Wisnik e Elza Soares. De manhã, tarde e noite, era fácil trombar com alguma apresentação pública de teatro ou música, normalmente durante o encerramento das dezenas de oficinas que acontecem ao longo do mês de julho. Alunos, professores e grandes artistas sofriam juntos nas subidas e descidas das ladeiras barrocas: talvez um símbolo da "horizontalização" dos egos e da preocupação dos organizadores do festival em manter a coerência com a ênfase na formação. [Um pouco diferente do clima da FLIP, não é mesmo, Zeca??]

Meu sonho ainda é ter férias em julho para fazer oficinas e me sentir um pouco moradora nestas cidades. Conheço uma turma de pessoas ao redor dos 30 anos que, quando adolescentes, viveram exatamente isso na época áurea do festival da UFMG, ainda sediado em Ouro Preto. [Nesta matéria descobri que a Federal foi a primeira a lançar festivais de inverno, em 1967. E que a última “temporada” em Ouro Preto terminou em 1999, dando origem aos festivais da própria prefeitura municipal, da UniBH e da UFOP.]

Este estilo de organização de evento parece mesmo ter caído na graça dos mineiros. Segundo esta nota publicada no Overmundo, a onda se espalhou pelos quatro cantos do estado – até os de Juiz de Fora e de Araçuaí, que não têm lá um apelo histórico junto aos turistas, já estão consolidados.

**

Tudo isso para dizer que este post veio tarde: os festivais estão na rapa do tacho. Os principais terminam dia 30 de julho. Mas ainda dá tempo de sentir a brisa fria da cultura desses lugares. Os sites trazem toda a programação. Seguem os meus destaques:

Ouro Preto

Sexta-feira
22h - Show Marina Machado – Tempo Quente
Praça da UFOP

Sábado
20h30min - Show Kristoff Silva – O grão da voz
Teatro Ouro Preto – Centro de Artes e Convenções da UFOP

24h - Show Zé da Guiomar (Samba)
CAEM – Praça Tiradentes

Diamantina

Sábado
22h – Grupo Voz & Companhia - Circo Místico
Teatro do Instituto Casa da Glória – IGC/UFMG

Domingo
21h - Grupo Galpão - Till, A saga de um herói torto
Praça Dr. Prado

domingo, 19 de julho de 2009

E assim se fez o queijo...














Seu João e dona Maria. Uma fazendinha de trinta vacas e trinta lindos queijos amarelos por dia. Bem mineiramente, os dois receberam a equipe da TV às 6 horas da manhã – quando a lua cheia e o frio da Serra da Canastra ainda demarcavam o território da noite. Assim começava a maratona da produção do queijo – um dos poucos legalizados em todo o estado, com a certificação do IMA. Isso quer dizer que o rebanho é sadio, as instalações da fazenda estão adequadas e, claro, o queijo é feito em local higiênico.

Mas não é só isso. Para se enquadrar na única lei do país que permite a comercialização do produto artesanal a partir do leite cru, dona Maria precisa tomar vacina contra tuberculose e não pode estar gripada. Sem contar que, duas vezes por dia, ela só começa a “pôr a mão no coalho” depois de tomar banho e trocar de roupa, tendo que vestir galochas brancas, avental e máscara. Até a água usada na limpeza da bancada da queijaria agora é filtrada e tratada.

Esses são apenas alguns dos “detalhes” aos quais a propriedade de seu João precisou se enquadrar. Por lá, a antiga queijaria virou depósito de milho. Ele mesmo sente vergonha de mostrar que, por força da tradição e da falta de conhecimento, era difícil levar a higiene muito a sério.

Depois de freqüentar cursos de treinamento, a família fez as reformas que cabiam no orçamento, aos poucos. E, por incrível que pareça, eles ainda não tiveram retorno financeiro do investimento: ainda tem muito produtor rural vendendo queijo feito em péssimas condições. Para ser explicita, quase todos os queijos que encontramos no Mercado Central estão com altos índices de coliformes fecais e bactérias nocivas à saúde. Mesmo assim, diz ele, “a melhor coisa é estar em paz com a consciência”. [E claro que o queijo é uma delicia!]

***

O Planeta Minas sobre tecnologia do Leite vai ao ar só no dia 26 de julho. Mas desde já espero que os amigos passem a se preocupar bem mais com a origem do famoso queijo antes de consumi-lo: na embalagem, procurem pelo número de certificação junto ao IMA. Talvez saia um pouquinho mais caro – mas vale a pena, não?

[* Aqui, post antigo e ingênuo sobre o Mercado Central, ainda com as frescas impressões de uma recém-chegada em Minas....]

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Desarmores públicos











Lembra de um dos versos mais raivosos da carreira de Caetano Veloso? (pelo menos antes da fase “Cê”...)

Perua, piranha
Minha energia é que mantém você suspensa no ar
Pra rua, se manda,
Sai do meu sangue, sanguessuga, que só sabe sugar
Pirata, malandra,
Me deixa gozar


Agora imagine a letra inteira de Não enche lida por um funcionário do “Carro do Amor” como mensagem a uma garota, em pleno dia dos namorados, no centro de Belo Horizonte. Apesar do surrealismo, a cena aconteceu de verdade. Quer dizer, quase de verdade: a confusão foi armada como performance artística de Camila Buzelin, registrada em vídeo para a exposição Lantejoulas no meu tédio. A pobre “namorada”, que ouve o texto inteiro da música ao som meloso de Oh, I Can´t forget this feeling, ainda precisa suportar a mensagem final, lida no último volume pela voz de locutor de rádio do motorista do gol pintado de corações:

- Atenção, Luciana. Nosso namoro acabou. Espero que tenha ficado claro a mensagem e que você possa aceitar esta decisão.

A moça, claro, cai aos trampos em plena Av. Amazonas. Em cartaz no Palácio das Artes só até o final desta semana, o trabalho é acompanhado por fotos de faixas, pixações e até rabiscos em árvores que invertem as usuais mensagens de amor em frases como “Lu, eu te amava, mas prefiro sua irmã” e “Camila, Voltei para a minha ex. Descobri que nunca te amei”. Uma forma genial de ironizar a precariedade dos laços de amor na atualidade - nas palavras do professor da PUC Minas Luiz Flavio. Nas minhas palavras, uma forma de abordar a obsessão pela visibilidade nas relações amorosas – em Orkuts e Fotologs, por exemplo –, que termina por esvaziar a intimidade e destruir laços verdadeiros entre os casais.

Notas de rodapé, de Carolina Cordeiro, que está na mesma sala, também vale a pena ser vista. [Gostei mesmo foi da imagem dos pombos que devoram os pontos cardeais traçados com milho em praça pública. Como ninguém pensou nisso antes?]. Recado dado!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Isto é Brasil












Voltei. Após três semanas e três países, trago na bagagem de memórias

um deserto
um salar
um cume de montanha inesquecível
uma capital que buzina 24 horas
um centro de cidade com semáforos eternamente quebrados
uma imagem de Jesus Cristo negro
um índio Pachacuti
duas catedrais dos séculos 16/17 repletas de espelhos no altar
um vento gelado de menos 12 graus
trinta paisagens maravilhosas

Trago também os sentimentos de indignação com a longa história de exploração econômica e simbólica comum aos países latino-americanos. Portugueses e espanhóis que arrancaram a civilidade dos povos pré-colombianos à força e, durante séculos, contaram com um arsenal de armas para impor uma visão de mundo estranha e absurda aos “ateus”.

E como o retorno é sempre uma nova chance de enxergar melhor, esses dias já propiciaram vivencias do que há de mais bonito e mais grosseiro neste caldeirão chamado Brazil.

- Como explicar a violência da apreensão e da alegria relacionada ao nosso futebol? O apito de fim de partida no jogo da Copa do Brasil foi a deixa para um disparo agressivo de xingamentos por janelas das ruas de São Paulo; buzinas insistentes; fogos sem fim. Uma “festa” que, sinceramente, custo a entender.

- Agora, o encantamento. Neste fim de semana, o Grupo Galpão estreou em BH a peça Till, a saga de um herói torto. Mais de 15 mil pessoas arrumaram um cantinho no gramado e nas escadas da praça do Papa em plena lua cheia para festejar a existência de um teatro de rua verdadeiramente comprometido com o próprio teatro. E com o público, claro.

Guiada pelo trabalho, sigo em breve pelas estradas de Minas. Aguardem novas aventuras!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Férias!


















Tempo de sentir o vento, o frio, o calor. Na pele. Tempo de dar um tempo, respirar novos ares em novas altitudes. Férias do trabalho e, provavelmente, da vida virtual. Sigo real por aí. Até início de julho volto a esquentar a água para o Tutu. Grande beijo aos amigos!

[A derradeira dica: quem estiver por BH já tem programas excelentes a partir de hoje, com o início de mais uma edição do Festival Internacional de Bonecos!]

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Qual Jornalismo Independente?








Não tive como participar do debate realizado no auditório da UFMG ontem sobre Jornalismo Independente. Hoje, lendo as notícias de repercussão no portal da Universidade, me deparo com a mesma limitação que tenho observado em eventos de grande porte dedicados à discussão de temas como jornalismo cultural: ONDE ESTÃO OS NOVOS COMUNICADORES? O QUE DE NOVO/ POSIVITO ESTÁ SURGINDO A PARTIR DO JORNALISMO COLABORATIVO? QUAL O PAPEL DAS REDES VIRTUAIS NA PRODUÇÃO DE UM CONTEÚDO PLURAL?

Em congressos e debates que atraem tanto público, vemos sempre os mesmos figurões que, por mais que tenham migrado para blogs, twitter, etc, ainda estão tomados da nostalgia pelo antigo fazer jornalístico e seus vícios. Obvio que o resultado é um abismo entre as expectativas dos velhos e jovens jornalistas. Venício Lima, professor de Comunicação da UnB, ainda usa o conceito de jornalismo independente criado nos EUA nos anos 40, por exemplo.

Mais uma vez, não vemos contempladas as idéias novas, que considerem o novo mercado jornalístico, as possibilidades da web e a inteligência coletiva. Pelo que pude captar do debate na UFMG, nada se falou sobre projetos do tipo Overmundo, Baixa Cultura ou Na Rua. Sequer o Centro de Mídia Independente - modelo mundial interessante, apesar de algumas limitações, claro – foi citado.

Por isso, cada vez mais, percebo como a tática da oficina de Jornalismo Cultural Independente realizada dias antes da TEIA, em BH, teve seus méritos. A base da oficina e dos debates esteve, basicamente, no conhecimento e na prática dos próprios participantes. O modelo dinâmico de trabalho em grupos favoreceu uma rica troca de experiência e de pontos de vista sobre o que seria este tal Jornalismo – e o que pode vir a ser.

[Apesar deste desabafo, a entrevista com Luiz Nassif realizada por ocasião do debate tem pontos interessantes, como quando ele afirma que a Internet tem contribuído para o fim do império dos grandes jornais sob a opinião pública. A conseqüência disso, para ele, é a desmoralização dos jornais, “proporcional à valorização das outras mídias”.]

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Roteiros de Minas


















Levei um susto ao perceber que não sou mesmo novata nas estradas de Minas Gerais. Dia desses, após receber email de uma amiga me pedindo dicas de roteiro histórico, simplesmente "psicografei" diversas alternativas de belas viagens ao gosto do freguês - de perspectivas barrocas a radicais, em total contato com a natureza. Para ser justa e compartilhar deste surto, recorto aqui parte do Mini Guia Espontâneo de Viagem. [Para amigos que me seguem há tempos no Tutu, nem tudo é novidade...]

- Se você prefere curtir mais o lado histórico e também procura um lugar lindo em natureza, uma sugestão é se hospedar em LAVRAS NOVAS. Fica pertinho de Ouro Preto (17 Km), estrada de chão, uma vilinha bem pequena e charmosa, com opções de hospedagem para todos os bolsos. De lá você pode passear por Mariana, também.

- Outro circuito histórico é sair de BH a Tiradentes (a mais descolada do circuito) e São João del Rey, passando por cidadezinhas famosas pelo artesanato: Prado e Bichinho. A dica é ficar em São João, maior que Tiradentes e com mais opções de atrações históricas.

- Por fim, temos sugestões menos históricas e mais de curtição de natureza, cachoeiras, caminhadas. Todas passam por dentro da Serra do Cipó e são imperdíveis.
Opção 1: Conceição do Mato Dentro (final da Serra do Cipó)
Opção 2: Itambé do Mato Dentro - pegar estrada em Itabira. Chegando na cidade, a dica se hospedar no povoado rural CABEÇA DE BOI.

- EXTRA: Roteiro Vale do Matutu. Lugar inspirador, cercado de um verde incomum e cachoeiras espetaculares, cenário de uma das mais antigas comunidades do Daime (não conheci ainda). Caminho das pedras: de Três Corações, pegar estrada até Aiuruoca. De lá, pedir orientações até o Vale - com opções de camping e pousadas.

Por hora, é isto!

domingo, 17 de maio de 2009

Atum e futebol

Um corrimão de ferro separa clientes de salmão cru do mundo real: da calçada, crianças descabeladas vão e voltam oferecendo balas e outros trens esquisitos. Um moço silencioso aparece com uma enorme casinha de bonecas de madeira. Abre as portinhas da sala e do quarto, exibe a obra em 360 graus. O olhar tímido busca, em vão, por possíveis compradores.

Enfim, aparece o vendedor de pôsteres de times clássicos mineiros, modestamente enquadrados. Logo uma senhora plastificada interrompe a mordida no tempura e rompe a tênue linha imaginária entre a rua e o restaurante.

- Tem foto do Tostão?
- Claro, tá aqui, time de 66.
- Ai, olha ele ali!


Logo entendo a cena: uma mesa a frente, almoçava o senhor de cabelos brancos e cara redonda. Não vejo a mínima semelhança com o jovem comprido de shorts-cueca da foto. Mas sim, é ele mesmo.

Comprimentam-se de longe. Tostão abre um sorriso amarelo. O vendedor trava um diálogo saudosista com a senhora: “Foi nessa época que começaram as torcidas em Belo Horizonte.....”. Cinco frases depois, um estranhamento. A mulher pode até gostar de futebol, mas quer voltar ao hashi. Não leva o quadrinho. Quem se despede do figura sou eu mesma.

sábado, 16 de maio de 2009

Para Gostar de Ouvir

















Impossível não ser fã de canções como A história de Lilly Brown, Beatriz, A ciranda da bailarina. Mas, sinceramente, não me considerava uma admiradora nata das outras canções que completam o disco O Grande Circo Místico – famosa parceria entre Chico Buarque e Edu Lobo do inicio dos anos 80. Isso até o domingo passado, quando finalmente aprendi a degustar cada minuto da obra completa. Justiça seja feita: todos os créditos pela mudança de opinião devem ser dados ao grupo Voz & Cia, afinado time de 39 coralistas independentes que assumiram a missão de cantar novos arranjos para o velho musical. A apresentação, com um belo acompanhamento instrumental ao vivo, é de encher os olhos de cores e a alma de alegrias.

Circo Místico fica em cartaz só mais este fim de semana na Fundação de Educação Artística (Gonçalves Dias, 320, Funcionários). Sábado, às 21h, e domingo, às 20h.

[Mais um pouco sobre a história dos 21 anos do Voz & Cia nesta notícia do Estado de Minas.]

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Na pior em BH

Ele solicitou dois meses de folga sabática do trabalho em Brasília para um projeto pessoal: vir a BH escrever um "roteiro deliberadamente pé-sujo de Belo Horizonte". Por enquanto, conseguiu míseros três dias - o que, por incrível que pareça, já costuma ser visto por colegas jornalistas como uma folga folgada demais. Mas o fato é que, após meses de expectativa, o belo-horizontino Ranier Bragon decola hoje por aqui com a promessa de registrar aventuras para o futuro roteiro dedicado a turistas afeitos ao copo sujo e aos ambientes assumidamente decadentes. Tudo no blog Na Pior em BH, que já tem esta leitora interessada na revelação de alguns segredos da cidade escondida.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Umbigo

Acabo de encontrar o link do novo site do Itaú Cultural para o programa Rumos Jornalismo Cultural. Participei como selecionada da primeira edição, realizada em 2004-2005. Foi bom demais descobrir que meus humildes textos produzidos durante o laboratório não se perderam no espaço: estão todos lá, reunidos em arquivo PDF. Coisa fina! O único detalhe engraçado da minha biografia: pareço um ser de vida dupla, vivendo e trabalhando em duas cidades ao mesmo tempo!

Para disfarçar o teor umbiguista deste post, aproveito para divulgar que continuam abertas as inscrições para quatro editais do Rumos: Cinema e Vídeo 2009-2011, Arte Cibernética 2009, Rumos Jornalismo Cultural 2009-2010 e Rumos Dança 2009-2010. Imperdível.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Segurança?












Ilustração perfeita da sensação que tive, neste feriado, ao passar por dois importantes aeroportos do país. [Imagem pirateada de Duke, chargista genial que publica em O Tempo.]

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Turismo gastronômico











Vivo reclamando do péssimo atendimento em restaurantes e bares de Beagá. Já aprendi a deixar minha persona “lady” de lado para ter que gritar pedindo cardápio, comida, bebida, conta. Por essas e outras, é de se aplaudir os dez anos do festival Comida di Buteco, que busca profissionalizar a principal atração gastronômica – e cultural, por que não? – da cidade. A idéia é votar nos quesitos sabor do prato, temperatura da bebida, higiene do estabelecimento e qualidade do atendimento.

Entrei para o colégio eleitoral na semana passada, experimentando o petisco ENTRE TAPAS E PINTXOS, do Bar do Primo: tortilla de batatas, bolinho de bacalhau e moela com pão. Nota 7. A lista completa de outras 41 comidinhas concorrentes está no site – destaque para nomes que sintetizam “tendências” do momento, como CADA UM NO SEU QUADRADO e KAFTA MINEIRA AO MOLHO BARAK OBAMA (este deve ser o próximo da minha lista!... hummm.....)

Mais um motivo para estimular o turismo mineiro, não?

segunda-feira, 27 de abril de 2009

ET de Varginha


















Um avião? NÃO! O Super-Homem? NÃO! Um disco voador? SIM!!

O diálogo, que poderia partir de algum turista recém chegado em Varginha, é factível. O espanto, claro, pode ganhar contornos mais acentuados quando o turista é originário de outro estado do país e nunca tinha visto fotos com os destaques da paisagem local.














Queira ou não queira, você está na cidade do ET. Acho engraçado imaginar que os mineiros, tão discretos por natureza, tenham a audácia de apoiar gastos públicos na construção de ao menos cinco momentos dedicados a seres interplanetários. Além da incrível nave mãe, uma praça central da cidade preferiu ceder o pedestal normalmente dedicado a figuras ilustres da política e cultura da região a DOIS suntuosos monstrinhos de três dedos e olhos vermelhos. Um deles, coitado, foi “vandalizado” por pichadores.

A febre em torno da mitologia tem até espaço no site oficial da prefeitura. Um ícone do ET [à direita] leva a texto atribuído à assessora de comunicação do município introduzindo o relato de um conhecido ufólogo. “O aparecimento de um ser extraterrestre - visto por três garotas, presenciado por policiais e estudado por ufólogos - só não ficou comprovado porque existe interesse, por parte não se sabe de quem, de que a história seja acobertada.” GENTE!

Divertido também foi descobrir, aos poucos, os diversos estabelecimentos comerciais que usam logotipos e marcas referentes ao ilustre visitante da cidade. Uma lanchonete decidiu dar boas vindas aos clientes vestindo o bicho de garçom! Seria o que chamam de marketing agressivo?

Brincadeiras a parte, realmente gostaria de ouvir relatos por parte de moradores de Varginha sobre o peso da lenda – ou fato, claro – na formação do imaginário da cidade. Grande pólo educacional e produtor de café, aposto que não faltam elementos valiosos na composição da identidade daquela população. Resta entender o porquê da opção pelo viés alienígena....