sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Mato Dentro, a missão

Ano novo de 2007 estivemos eu e Du em Conceição do Mato Dentro, coração da Serra do Espinhaço. A época de chuvas não é indicada para conhecer todas as cachoeiras, mas pegamos a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, entre o dia 31 e 1º - linda demais. Nesta virada, não seremos muito criativos – rumamos para Itambé do Mato Dentro, na Serra do Espinhaço. É mato que não acaba mais... Vamos passar pelo povoado Cabeça de Boi – quer nome mais “roseano” que esse?

Feliz ano novo!!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Não é brincadeira

Adesivo colado na janela de carro que ontem saía da Prudente de Morais em direção à ladeira do Colégio Pitágoras (sim, o "império educional" do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia):

O POVO QUER
O BRASIL PRECISA
AÉCIO PRESIDENTE

Susto!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Minas sem montanha

Com 23 mil habitantes, Ibiá revela muito mais sobre o interior de minas (e do Brasil) do que as famosas cidades do circuito do ouro mineiro. Fica a 320 quilômetros de BH, próxima a Araxá – já integrante do Triângulo Mineiro. Engraçado, mas é fato: Minas é tão grande, que cidades ricas como Uberaba, Uberlândia e Araguari se relacionam economicamente é com São Paulo.

Estive em Ibiá neste Natal por pouquíssimo tempo. Nem o Quilombo do Ambrósio, marco do povoamento local, consegui visitar. Minha câmera fotográfica imaginária captou uma decoração de natal com luzes, estrelas e renas nas duas principais praças da cidade – entre elas a da Igreja da Matriz, que foi pintada recentemente, mas já está com o gesso interno do teto despencando.

Nas ruas, crianças estreavam felizes a bicicleta, os patins e a boneca ganhos na noite anterior. Os poucos bares de parede azulejada abertos na manhã do dia 25 eram pouco convidativos – só homens, já na cerveja, jogando sinuca e papo furado. Música mesmo só se ouvia dos carros dos playboys que rodeavam a mesma praça tocando funk carioca no último volume.

Também chama a atenção a limpeza da cidade. As duas únicas pixações nos muros diziam “Diretas para Presidente!”, causando dúvidas sobre a atualidade do protesto, e “Xerox", no muro da papelaria que provavelmente oferece o serviço de cópia. Além dos anúncios da prefeitura, um único outdoor comercial causava estranhamento na paisagem. Ao menos souberam “capitalizar” aquela placa gigante com dois modelos sorridentes vestindo blusas Hering – um cartaz em folha sulfite, no cantinho direito, lembrava o nome e o telefone da loja onde se encontra a malha.

Agora, caso precisasse apontar um único atrativo turístico da região.... é o QUEIJO! Maravilhoso. Melhor ainda acompanhado de um levíssimo doce de leite... (Dizem que já estou meio mineira, mesmo....)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Churrasco de boi com arte

Arte é bruxaria. Ao menos a arte contemporânea. Ou ao menos a arte produzida por uma turma especial de artistas plásticos de São Paulo. Esse foi meu estalo ao passar, no dia 9 de dezembro, pelo ateliê da Vila Madalena que recebeu o Projeto MIL971.

Cerca de 30 artistas invadiram o espaço entre 7 e 16 de dezembro com exposições e muitas performances surreais. Três deles, nascidos em 1971 – Túlio Tavares, Marcos Vilas Boas e Eduardo Verderame – convidaram os amigos para articular uma intensa “semana de experiências”. Ao meu ver, a pretensão do projeto esteve na liberdade total que os artistas convidados tiveram para expor seus trabalhos.

Naquele final de domingo, presenciei um churrasco com três corações de boi no quintal do ateliê. Enquanto a carne assava, DJs faziam um som muito louco acompanhado pela voz ao vivo – e quase eletrônica, gutural - de uma garota. Um vídeo no telão mostrava alguém fazendo milhares de cigarros de maconha, numa edição frenética da imagem. Ao mesmo tempo, acontecia uma performance de dança em volta do churrasco, com direito a pandeiro, gente enrolada em folhas de plástico e escalada na parede...

Catarse total. Da parte mais “careta” do Projeto, seguem alguns trabalhos. Eles podem ser vistos em tamanho maior clicando com o mouse na imagem.

Mariana Cavalcante e sua versão de “Feliz Natal”










Túlio Tavares e fotografias em grande dimensão produzidas com recursos digitais



















Antônio Brasiliano e fotos de performances durante ameaça de reintegração de posse na ocupação Prestes Maia










Mais sobre a proposta do MIL971 e portfólio dos artistas no blog http://mil971.wordpress.com.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Sinal de fumaça

A autora deste blog não comemorou os 110 anos de Belo Horizonte ao vivo. Por duas semanas, abandonou o tutu mineiro no cardápio. Anda consumindo pizza de calabresa e marguerita, dividindo a calçada das ruas com admiradores de Papai Noel no Bank Boston e atravessando a Rebouças congestionada dentro de algum ônibus lotado da SPTrans. Já contraiu um resfriado, mas procura não se deixar contaminar pelo estresse frenético do vírus natalino – tão presente na cidade cinza.

Enquanto isso, já participou de um evento sobre Jornalismo Cultural no Itaú Cultural, com relato registrado no site Cultura e Mercado.

....

Para afastar as moscas por aqui, aproveito essa rápida passagem para postar um trecho de trabalho estampado na edição de novembro do Suplemento Literário, uma publicação mensal da Secretaria de Estado de Cultura de MG. O autor e artista plástico Marcos Benjamin verbaliza algumas percepções minhas sobre o mundão que existe além deste núcleo paulistano.


A USP não é o meu país
A Folha de S.Paulo não é o meu país
Nenhuma universidade é o meu país
Nenhuma curadoria
Nenhum Novaiorque
Define o perfil do meu país
O meu quintal é o meu país

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A universidade bebe leite
do caminhão
Eu vou direto na vaca.