sábado, 12 de março de 2011
3 anos, 7 meses
Apesar disso e da loucura, consigo reconher São Paulo como minha cidade por algumas sutilezas vivenciadas ao longo dos 26 anos em que estive lá.
Motorista mezzo barbeira iniciante que sou, ainda respiro mais aliviada ao me aventurar de carro em Sumpaulo. Paulista, Dr. Arnaldo, pega a Afonso Bovero, desce Apinagés, vira na Amiberê e chegou. Só não encaro cruzar para a zona Leste sozinha. Também gosto de bater perna pela velha Benedito Calixto – um “estar bem” descompromissado, desenlatado da luz artificial, no meio da praça – coisa rara em Belo Horizonte. Gosto de encontrar amigos pela região da paulista, naquele sobe e desce da rua Augusta. Um café no Viena, programa de gente grande, sempre cai bem e faz com que as horas andem um pouquinho mais devagar. Cinema no CineSesc, de cara para a rua – outra delícia peculiar da cidade, capaz de sobrepor boas memórias de infância e vida adulta.
Pensando bem, São Paulo ainda tem algo de “minha” enquanto posso chegar a qualquer hora na velha casa da Vila Romana e econtrar minha vó Luzia de barriga no fogão. E esperar um pouco pela chegada de primos e tios que entram e saem de lá a qualquer momento. Enquanto me desdobro para ver amigos queridos, em horários pontualmente marcados e respeitados, porém deliciosamente saboreados. Enquanto consigo marcar um almoço gostoso e aproveitar cada brecha do dia para reencontros. Enquanto passeio pela cidade acompanhada da mãezinha que tanto me faz falta. Enquanto vejo meu irmão desleixado e revivo a alegria de ser irmã de um cara tão especial.
Ainda sou paulistana pelo(s) pedaço(s) de mim que deixei na cidade.
E morro de saudades.
E estranhamente consigo estar feliz a 586 km de distância.
[Sobre ser forasteira em BH, no próximo post.]
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
É dia de feira
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
"É bonita porque é feia..."

São Paulo, hoje, comemora 456 anos. De longe, torço para que a minha cidade tenha alguma trégua na chuva forte; para que as marginais deixem circular melhor o sangue da metrópole; para que alguma tranquilidade tome conta do centro; e para que as pessoas possam, por alguns minutos, encontrar algum conforto naquele caótico lar.
Fiquei feliz com duas recentes homenagens descobertas na Internet. A primeira, do ex-vizinho Zeca, retratou em imagens despretensiosas o percurso do ônibus Apiacás/ Pça Ramos, meu velho companheiro do bairro-centro. A segunda, publicada na revista da Folha deste fim de semana, é um ensaio fotográfico maravilhoso feito por coletivos de fotógrafos - entre eles, os amigos da Garapa. Da matéria, roubo o título deste post e toco o presente adiante.
*Uma das fotos do Zeca. Retrato do percurso; retrato da saudade.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Paulistanices

Já me disseram que o termo “mineirice” pode soar pejorativo. O bonito, por essas bandas, é cantar a “mineiridade”. Bom lembrar que, ao menos no conceito deste espaço virtual, mineirice não tem nada de ruim. Pelo contrário: serve para traduzir peculiaridades, traços marcantes, curiosos, únicos. Por essas e outras, tenho encontrado uma verdadeira paixão como “caçadora de mineirices”.
*
Desta vez, inverti a ótica do binóculo. Neste rápido e frenético fim de semana em São Paulo, identifiquei algumas “paulistanices” que começam a ganhar nitidez...
- Só numa mega capital como São Paulo há tanto dinheiro em jogo a ponto de transformarem a decoração de Natal da av. Paulista na competição “Quem ilumina mais?”. Vejo claramente a inveja empresarial correndo solta – do prédio da Fiesp ao Banco Real, o discurso da sustentabilidade vai por água abaixo no gasto de energia com milhões de lâmpadas formando designs variados. Do brega ao chique, o que vale é ostentar. O extremo disso é constatar o trânsito da 1 da madrugada no domingo. Filas de carros e muita gente nas calçadas faz visita aos vários papais-noéis moradores de bancos. Estranhos tempos.
- Já viu três, quatro ou cinco seguranças vestidos de terno preto e munidos de radio-comunicadores em frente a prédio de classe média? A obsessão pela “segurança” pode mesmo não ter limites. Mesmo quando o salário do condômino não é lá essas coisas, ter homens de preto na porta do prédio virou padrão. [Enquanto isso, em BH a preferência é pelo sistema de alarme.... Lembra do post mais polêmico deste Tutu?]
- Shopping é praia de paulista e ponto final. Ao invés da tradicional praça de alimentação, os novos shoppings têm espaço para verdadeiros restaurantes internos, onde o ambiente simula um conforto distante da caustrofóbica realidade externa. Mas a ilusão dura pouco. Acabado o almoço, é hora de pegar fila para o elevador panorâmico e, em seguida, fila para pagar o tíquete do estacionamento. Pensando bem, as filas não acabam mais...
[Foto do Estadão, que acompanha matéria sobre o novo turismo de Natal em tempos de crise...]
domingo, 25 de outubro de 2009
A primeira Mostra...
Dos arquivos confidenciais para o mundo, eis um texto datado de outubro de 2004 com as impressões de uma saudosa edição.
As várias facetas da 27a. Mostra de Cinema de São Paulo
Luz. Câmera. Ação. Uma vez iniciada, a mostra tem a capacidade de provocar uma espécie de comichão-não-identificado que realmente pode causar sérios problemas de ordem física e psicológica.
Chamada pela mídia de “maratona”, o apelido para a mostra talvez tenha certo fundamento. Seus participantes precisam de preparação, disposição e tempo. Muito tempo. A diferença é que essa maratona dificilmente terá um vencedor conhecido do público. Nunca se sabe quem foi o recordista em numero de filmes assistidos. E para quem pensa que quantidade vale mais que qualidade, os números podem ser exorbitantes. Na verdade, essas pessoas raramente terminam a maratona satisfeitas. Querem mais.
Um exemplo desse tipo de maratonista é uma senhora que confessava a uma amiga, na saída do Cinesesc, ter contabilizado 140 filmes. Ou seja, como a mostra teve 15 dias, ela deve ter assistido a 9,33 filmes por dia. Na verdade ela estava contanto com filmes da mostra do Rio de Janeiro, mas ainda assim podemos concluir que a pobre mulher simplesmente abandonou outros hábitos irrelevantes tais como tomar banho ou comer.
Tem também aquele outro que tirou férias para poder viver dentro de uma sala de cinema, ou muitos que saem do trabalho no horário do almoço e não voltam nunca mais.
Estranho? Bom, se você procura por “normalidade”, seja lá o que isso significa, não irá encontrá-la durante a mostra. Num raio de 2km ao redor das salas de cinema – principalmente se você estiver na Augusta - as pessoas terão roupas e cabelos muito coloridos, piercings e óculos grossos estilizados.
Mas para todas as modalidades de apreciadores do evento, ficam algumas certezas:
1) Por duas semanas, o guia da Folha ou o livrinho da mostra serão sua leitura exclusiva.
2) Após horas de quebra-cabeça para escolher um filme em determinado horário, ainda é possível não conseguir ingresso, mesmo chegando na bilheteria com nove horas de antecedência, e querer bombardear o Arteplex.
3) Você encontrará sempre as mesmas pessoas, incluindo, claro, os carinhas de Audiovisual da ECA.
4) Encontrará também amigos cinéfilos e os professores para cujas matérias você deveria estar estudando.
5) Por mais que não saiba o nome de nenhum diretor, acabará aprendendo um pouco sobre nomes esdrúxulos como István Szabo, Babak Payami, Jim Jarmush.
6) Seus amigos e familiares podem nunca compreender porquê você os abandonou por tanto tempo.
Quanto às incertezas.... Essas são mais profundas. Afinal, freqüentar a mostra é alienação ou engajamento? Vontade ou imposição social? Lazer ou catarse coletiva? Sanidade ou loucura? Será que, já vítimas do consumismo capitalista, as pessoas descobriram que a cultura pode ser um fetiche de fácil acesso?
O fato é que, após ter visto a uma porção de filmes, pelo menos um deles terá sido tão lindo ou tão incrível que você finalmente reconhece que tenha valido a pena. E então fará seus planos e esperará ansiosamente pelo próximo ano...
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Paraíso da Carrocracia

Segue o manifesto, nas palavras do artista.
"Um novo brasão para uma velha cidade. No lugar do forte braço empunhando a bandeira da cruz de Cristo, a figura simbólica do soberano que há décadas tem sob suas rodas uma cidade rendida, ofendida, poluída, esgarçada, suja, segregada, barulhenta, burra e, mais que tudo, congestionada. No lugar dos orgulhosos ramos de café, a pistola de combustível que alimenta os senhores das ruas e a impiedosa motoserra, sempre pronta para tirar a vida de qualquer coisa que atrapalhe o pleno domínio do tirano poluidor. No lugar dos frutos do cafeeiro muitos cifrões, para que ninguém esqueça o que move as autoridades e os 'especialistas' a serviço da carrocracia. Por fim, substituindo a coroa de torres há o que restou das antigas, belas e cada vez mais escassas árvores paulistanas, mutiladas e assassinadas à luz do dia ou na calada da noite, maltratadas pelos próprios órgãos públicos a despeito de serem um patrimônio coletivo de valor inestimável. Igual ao antigo brasão apenas o orgulhoso e ufanista lema de outrora, hoje ainda mais atual que ontem: 'Não sou conduzido, conduzo', divisa perfeita para uma cidade que orienta suas políticas e ações em benefício dos interesses dos automóveis e em detrimento da sustentabilidade socioambiental da qual todos dependem. As árvores sobreviventes da Marginal Tietê começaram a desaparecer. Os lacaios da carrocracia estão sorrindo. A história não os absolverá."
domingo, 19 de abril de 2009
Puta, meu!
Saudades da turminha da ECA; Lau (disseminadora oficial do “sussa”) e Dé (“tipo assim”) são a cara da música.
segunda-feira, 16 de março de 2009
Mostra Circuitos Compartilhados

Sou assinante antiga da newsletter do Cine Humerto Mauro, do Palácio das Artes, mas nem sempre leio as mensagens. Hoje, por uma incrível coincidência, abri o email. Adivinha? Meu nome estava lá, na ficha técnica da programação de filmes que acontece de 16 a 22 de março, durante a Mostra Circuitos Compartilhados!
Explicando: colaborei como entrevistadora em um dos vídeos produzidos durante a ocupação do edifício Prestes Maia pelo Movimento Sem Teto do Centro, em São Paulo, no ano de 2005. Ocupar, Resistir, Construir, Viver traz depoimentos de moradores na iminência de um despejo violento e integra o documentário Política do Dissenso, coordenado por Túlio Tavares e composto por uma dezena de outros registros artísticos. O trabalho, por sua vez, faz parte de uma coleção de 35 DVDs chamada Circuitos Compartilhados.
O convite, portanto, não é apenas para a Programação 5. Mais informações ficam por conta do release que, felizmente, não deletei.
MOSTRA CIRCUITOS COMPARTILHADOS
O Cine Humberto Mauro apresenta entre 16 e 22 de março, a mostra Circuitos Compartilhados. Fruto de pesquisa iniciada em 2000 pelo artista curitibano Goto, a mostra teve sua estréia em 2005, em Curitiba, com o nome Circuitos em Vídeo. O contexto associa-se às práticas dos coletivos de artistas, arte de ativismo cultural, ações colaboracionistas em arte e espaços alternativos, ou seja, diversos tipos de iniciativa em que o artista se coloca não só como o realizador da obra, mas como mediador do diálogo desta com o público.
O acervo do projeto reúne 150 coleções com 35 DVDs cada, 44h35'25'' de programação, com 225 títulos em vídeo e filme associados a 87 ações de circuitos artísticos ocorridos no Brasil entre os anos 70 e a atualidade, organizados em 20 programas. O processo curatorial para a mostra de Belo Horizonte, ficou a cargo de Bráulio Britto Neves, pesquisador de cinema, documentarista e integrante do coletivo Ystilingue.
PROGRAMA 1 | 115'
Cildo Meirelles | Wilson Coutinho, RJ, 1979, 11'
Parangolé | Cuquinha, RJ, 2002, 7'
Arquivo Bruscky | Paulo Bruscky, 97'
PROGRAMA 2 | 105'
Povo do Botão | epa!, Goto, Cinema Sensível e ASSINTÃO, 80'
Um registro de Constatação de Arte no projeto NBP de Ricardo Basbaum | Wagner e Pedro Vasconcelos, ES, 1994, 14'
O Marchand | Ricardo Ramalho, SP, 2005, 3'07''
O Curador | Ricardo Ramalho, SP, 2005, 2'33''
O Colecionador | Ricardo Ramalho, SP, 2005, 6'
O Artista | Ricardo Ramalho, SP, 2005, 3'02''
O Marchand Discute Projeto do Artista | Ricardo Ramalho, SP, 2005, 5'09''
PROGRAMA 3 | 110'
Corpos Informáticos 1 | GPCI, DF, 1993, 41'
Corpos Informáticos 2 | GPCI, DF, 1993, 48'
Toscolão | Orquestra Organismo, Glerm Soares e Vanessa Santos, PR, 2007, 12'13''
Novas Bases Instrumentais | Orquestra Organismo, Glerm Soares e Vanessa Santos, PR, 2007, 1'43''
Sobreloja 35 | Ystilingue, MG, 2008, 6'
PROGRAMA 4 | 110'
MIP - Manifestação Internacional da Performance | Marcelo Terça-Nada, MG, 2003 - 2005, 80'
Fogo Cruzado | Ronald Duarte, RJ, 2002, 4'38''
O Q. Rola Você V. | Ronald Duarte, RJ, 2001, 4'45''
EIA - 2005 | EIA, SP, 2005, 23'
PROGRAMA 5 | 105'
O Homem Invisível - O Objeto Invisível | Túlio Tavares, Ricardo Basbaum, SP, 2000, 9'22''
ACMSTC - Arte Contemporânea no Movimento dos Sem-Teto do Centro - Catadores de Histórias | Túlio Tavares, SP, 2003, 18'20''
Bandeira | Rodrigo Araújo, SP, 2005, 3'34''
Ocupar, Resistir, Construir, Viver | Túlio Tavares, Antonio Brasiliano, Júlia Tavares, SP, 2005, 5'46''
Sábados Culturais | Túlio Tavares, SP, 2005, 4'20''
Dignidade | Coletivo Elefante, SP, 2005, 2'10''
Plínio Ramos, 82 | Chico Linares, Melina Anthis, SP, 2005, 11'43''
A Reunião Com a Polícia | Túlio Tavares, Flavia Sammarone, SP, 2005, 7'11''
Visite a Biblioteca Prestes Maia | Túlio Tavares, Mariana Cavalcante SP, 2006, 13'21''
Eletrocardiograma Social do Centro - Mapeamento das Ocupações | Túlio Tavares, Antonio Brasiliano, SP, 2006, 2'27''
Eliot&Sica | Eliot e Sica, SP, 2006, 40''
Manifestação dos Artistas | Túlio Tavares, Flávia Sammarone, Alexandre Rüger, SP, 2006, 7'58''
Território São Paulo - Sala Especial da Bienal de Havana | Túlio Tavares, Antonio Brasiliano, Eduardo Verderame, SP, 2006, 5'01''
14 Vernissage | Túlio Tavares, Flávia Sammarone, SP, 2006, 4'58''
468 | BijaRi, SP, 2006, 5'20''
PROGRAMA 6 | 110'
Palíndromos | Luís Andrade, RJ, 2001, 23' 32''
Conserto_Polavra | Sálvio Nienkötter, Orquestra Organismo, Vanessa Santos, PR, 2007, 6'14''
Infração: Consumo de Imagem | Marssares, RJ, 1998, 2'39''
O Mar, a Escada e o Homem | Rosana Ricalde, Felipe Barbosa, Fernando Baena, RJ, 2002, 6'20''
Divisória Imaginária | Grupo Urucum, AP, 2003, 7' 05''
Pastor Robson | Ricardo E. Machado, PR, 2000, 32'
Problemas de Linguagem e Pontuação | Hélio Fervenza, SC, 2005, 3'32''
Endereçamento: Vendo a Vista | Maria Ivone dos Santos, SC, 2004, 7'50''
Free Time | Daniele Marx, Mojácar, Espanha, 2005, 9'08''
Reservado | Reserve, Glaucis de Morais, França, 2003, 3'59''
Go to the Window and Look | Cláudia Zanatta, SC, 2005, 7'06'
PROGRAMA 7 | 120'
Desenhando no Vento | Poro, MG, 2005, 6'
Leve | Brígida Campbell, MG, 2004, 3'
Rua Imagem Espaço | Poro, MG, 2003, 7'
Sightlines | Doung Johangeer, Brasil / Durban - África do Sul, 2005, 20'43''
3 Healers | Owen Oppenheimer, Durban - África do Sul / Londres, 2004-2006. 20'28''
L'avancée | Nesrine Khodr, MG / Beirute, 2005-2006, 13'52
Simunye | Joacélio Batista, Durban - África do Sul / Brasil, 2004-2005, 2'07''
Paralelo 30 | Joacélio Batista, Durban - África do Sul / Brasil, 2004-2005, 11'43''
Movimentos Leves | Marco Paulo Rolla, MG, 2006, 6'43''
Atravessando uma Porta | Marcos Hill, Durban - África do Sul / Brasil, 2004-2006., 21'55''
PROGRAMA 8 | 115'
Titá cum Pintão | Família Freitas Tavares, SP, 1994, 1'43"
Menossi, o Agente Federal | Ricardo Ramalho, SP, 2003, 2'45"
Entre estas Coisas Chamadas Obras de Arte | Túlio Tavares, Rafael Adaime e Ricardo Basbaum, SP, 2005, 1'55"
Quem é Menossão? | Túlio Tavares, Eduardo Verderame, Bruna Tavares, SP, 2002, 1'40"
Glória in Menossis | Túlio Tavares, Silvio Tavares e Eduardo Verderame, SP, 2003, 2'45"
Saddan Menossi | Túlio Tavares, Giuliano Scandiuzzi, Peetssa, SP, 2003, 5'40"
Bruna e o Parangomonstro ou Amor Divino | Túlio Tavares, Bruna Tavares e Eduardo Verderame, SP, 2003, 2'43"
ARTSHOP | Túlio Tavares, Ricardo Ramalho e ARNSTV, SP, 2003, 2'40",
As Chaves Certas que Abrem as Portas Certas | Túlio Tavares, Nicolau Sevcenko e Rodrigo Barbosa, SP, 2003, 5'08"
A Materialização do Menossi no Início do Milênio | Túlio Tavares, Eduardo Verderame, Zeca Baleiro e Catatau, SP, 2003, 2'19"
A Lenda de Menossão | Antônio Reis Junior, Sebastião Cirílo, Túlio Tavares, SP, 2003, 5'40"
Despejados do Mundo | Túlio Tavares, Eduardo Verderame e Nicolau Sevcenko, SP, 2003, 3'37"
Artistas Federais no Blem Blem | Ricardo Ramalho, Túlio Tavares, Daniel Lima, ARNSTV, SP, 2003, 2'
Picasso Nem de Graça | Túlio Tavares, Eduardo Verderame, Milton Neves, SP, 2003, 2'
Menossi para Prefeito da Bienal | Túlio Tavares, Rodrigo Araújo, Flávio Araújo, Mariana Cavalcante e Bijari, São Paulo, 2002, 9'10"
Titá cum Pintão | Coletivo: "Amigos do Menossão", SP, 1994, 3'06"
CEP 20000 | Daniel Zarvos, Chacal, Guilherme Zarvos, Michel Malamed, RJ, 2005, 52'
PROGRAMA 9 | 110'
Comunidade, Ativismo e a Cena Downtown - um documentário independente sobre a cena experimental de Nova York | Cristiane Bouger, New York / Brasil, 2006, 110'
PROGRAMA 10 | 110'
Desligare, parte 2: Tela / Espelho | Goto e participantes, PR, 2007, 22'32''
Desligare: Tela / Espelho, Simplificado | Goto e participantes, PR, 2007, 1'04'' Desligare: Percurso / Cena, Simplificado | Goto e participantes, PR, 2007, 3'06''
Desligare na Funarte & Arremesso Público da TV | Goto e Luís Andrade, RJ, 2008, 1'19''
Dirigível Olho Grande | Alexandre Vogler e Flávio de Carvalho, RJ, 2003, 4'17''
A Revolução Não Será Televisionada | ARNSTV, SP, 2003, 26'
Liberte-se (Placa, Bala e Faixa) | ARNSTV & Cia Cachorra, São Paulo, 2004, 21'40''
Super Loja Show | Alexandre Vogler, Guga Ferraz, Rio de Janeiro, 2004, 18'55''
Carnaval Cultura Coletiva | GIA, Everton Santos, BA, 2006, 3'41''
Acredite em Suas Ações | GIA, Everton Santos, BA, 2006, 7'48''
ENTRADA FRANCA COM RETIRADA DE INGRESSOS MEIA HORA ANTES DA SESSÃO.
16 SEG
17h Programa 2
19h CINECLUBE CURTA CIRCUITO
21h Programa 1
17 TER
17h Programa 8
19h Programa 3
21h Programa 9
18 QUA
17h Programa 5
19h Programa 10
21h Programa 7
19 QUI
17h Programa 9
19h Programa 6
21h Programa 2
20 SEX
17h Programa 10
19h Programa 5
21h Programa 4
21 SAB
17h Programa 3
19h Programa 1
21h Programa 8
22 DOM
17h Programa 4
19h Programa 7
21h Programa 6
terça-feira, 3 de março de 2009
A rua é do Flanela

Guardador de carro, vendedor de zona azul (que em Minas é “faixa azul” – “zona é outra coisa”, já tive que ouvir essa...), limpador de pára-brisa. Não engulo nenhum desses substantivos como cargo funcional: os caras são pilantras, e pronto. Uma das principais comparações positivas para BH em relação a São Paulo já foi o fato de que, na capital de Minas, estacionar na rua não era um dos doze trabalhos de Hércules. Mesmo como motorista bastante eventual, posso dizer que não é bem por aí.
Descendo a pé minha própria rua, já fui abordada por um garoto que “olha” carros dos fiéis que freqüentam a Nossa Senhora Mãe da Igreja, logo em frente. E não é que o moço ficou bravo quando me recusei em dar algum trocado? "Eu moro aqui" deve ter sido interpretada como uma das desculpas mais esfarrapadas para negar o dinheirinho.
Também é raro sair para qualquer canto à noite sem cruzar com um desses pseudo-profissionais. Mas esta recente passagem por São Paulo rendeu exemplos de que a coisa pode piorar.
CENA 1: Ibirapuera, domingo, 16h45: Eis que surge uma vaga milagrosa do lado de fora do parque. Eis que, simultaneamente, um homem aparece oferecendo inúteis indicações de como fazer a baliza.
- Vai um zona azul, aí? [A folha mais superfaturada da cidade, aposto...]
- Obrigada, a gente já tem.
- Pô, então deixa um adiantado aí pelo nosso trabalho, chefia.
- A gente paga na volta, então.
- Pô, mas aí não dá, é muito carro, muita correria, tem que pagar antes.
Enfim, alguém que estava comigo deu umas moedas e recebeu, em troco, um olhar de reprovação. Voltamos uma hora e meia depois. Nem sinal do cara.
CENA 2: Rua Bartira, Perdizes, 19h20. Tentativa de assistir a uma peça no Tuca que dependia de duas informações básicas: existência de ingressos e duração do espetáculo. Uma vaga um pouco ilegal (tomando um pedacinho da garagem de uma escola) nos foi indicada pelo novo colega da flanela. O problema é que ele não podia dar minutos grátis pelo espaço na via pública enquanto iríamos atrás de esclarecimentos – cheio de marra, quis dez reais para “garantir” a vaga. Resultado: um foi na bilheteria, outro ficou no carro. As duas horas e meia da peça seriam inviáveis. Fomos embora.
Gente, será que este estado de sítio nas ruas é mesmo oficial em todo o país?
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Saudades de Verão

O verão propriamente dito não acabou, mas o fim do horário artificial coincidiu com o término do 3º. Verão Arte Contemporânea. Com uma vasta programação na área de artes cênicas, artes plásticas, vídeo e música, o evento de um mês confirma a vocação vanguardista da turma da Officina Multimédia, o mesmo coletivo responsável pela divertida Bienal dos Piores Poemas.
Por conta de viagens intermináveis e pé na lama em capões de mata atlântica e campos rupestres da Serra do Espinhaço [confiram o resultado no próximo Planeta Minas, na Rede Minas, dia 24 de fevereiro, às 21h40 – reprise dia 27, às 13h30, e 28, às 18h30], não aproveitei muita coisa da programação do VAC. Mas ao menos peguei dois eventos bastante significativos do que, intuitivamente, parece ser a proposta dos organizadores: dar espaço para a experimentação e, por que não, para o risco. Foi assim com Cortiços, da Cia Luna Lunera, em que os atores tiveram a coragem de expor ao público um trabalho em processo de construção, recolhendo comentários por escrito do platéia no final da apresentação. [Belíssima a cenografia com garrafas pet cheias de água para a ambientação naturalista de Aluísio Azevedo!]
Domingão foi a vez do já consagrado violonista, compositor e cantor mineiro Kristoff Silva se lançar ao desafio de montar um show inédito. Segundo o release, a proposta era “voz e violão”. Mas o baixo e o piano de cauda no palco da Fundação de Educação Artística diziam o contrário... Por fim, ganhamos com o contraponto dos dois extremos – os músicos convidados entraram e saíram de cena colaborando com a proposta do Kris de dar destaque ao papel da oralidade na canção. [Discípulo mais que aplicado de Luiz Tatit, com show marcado no mega evento South by Southwest 2009, em Austin, Texas! Não deixe de conhecer/ver/ouvir, aqui no myspace.]
No suspiro do restinho do dia de folga, quem se sentiu homenageada fui eu. Já no BIS do show, ganhei esta canção deliciosa – do próprio Kristoff – para matar saudades da terrinha. Um banho de finas referências espaciais e musicais de São Paulo.
SÃO
(poema de Makely Ka , musicado por Kristoff Silva)
De Tatit a Itamar, do Tietê ao Butantã
Já cantaram tuas ruas, praças e avenidas
De Arrigo a Ribamar, do Masp ao Trianon
Teus viadutos, vales, becos sem saída
De Wandy a Gudin, do Bexiga ao Itaim
Gente de todo lugar, tipos de toda espécie
De Pereira a Adoniran, da Liberdade ao Carandiru
Cantaram por toda cidade, fizeram a sua prece
Tom Zé veio de Irará
Rita de Americana
Belchior do Ceará
Chico é paraibano
Careca é do Paraná
Arnaldo é paulistano
No Sumaré eu vi Ceumar
Salmaso em Vila Mariana
Virgínia no Viaduto do Chá
Suzana no Salesiano
Geraldo Filme foi filmar um clipe com o Fellini
E o Ira! vai tocar Ronda do Vanzolini
Fui ver a Ná cantar no Ibirapuera
Tetê também estava lá imitando Uirapuru
Quem foi trocando idéia da Sé até Jabaquara
Foi Zé Miguel com Mano Brown que pegaram a linha azul
Essa parceria aproximou o centro da periferia
O erudito e o popular, a rua da academia.
[Para mais notícias sobre alguns pontos algos do VAC, visite o Pixelando!]
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Minas no Pompéia

Uma chance incrível de saborear Minas sem sair de São Paulo. De
O teatro estará bastante presente, com um dos projetos mais prestigiados do Grupo Galpão: o Festival de Cenas Curtas. Há trabalhos que eu vergonhosamente ainda não conheço, como a Caixa Clara e o Grupo Miguilim de contadores de historias. A festa toma conta do templo de Lina Bo Bardi durante o cortejo de bonecos gigantes de Mariana e nas apresentações de três grupos de Congado do interior.
Eu bem que gostaria de pegar uma carona na calda do Cometa até São Paulo e, ainda assim, estar cercada de montanhas.
sábado, 8 de novembro de 2008
Parada Paulista
No bairro de Perdizes, a moradora de rua negra com cortes na perna e dezenas de sacolas pesadas continua de pé nas redondezas do Centro Espírita – faça chuva, faça sol. O barbeiro Tiso mantém uma clientela fiel a preços populares de corte de cabelo. O chinês da feira livre ainda atrai vizinhos com um belo pastel de palmito. Em compensação, o açougue da esquina virou boutique de luxo. As armações de concreto nas proximidades deram lugar a prédios de 20 andares com terraço protegidos por suntuosas guaritas. O meu velho supermercado Sonda agora é um shopping monstruoso que desponta indecentemente no céu cinza da avenida Matarazzo.
Na cidade de concreto, os habitantes são figurantes eternos de um cenário mutante.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Colírio realidade

Posologia: Pingar dez gotas de Linha de Passe em cada olho. Dose única. Medicamento de ação imediata. Ao persistirem os sintomas de cegueira, recomenda-se descer no ponto final do ônibus Jardim Perifa
**
Eis a São Paulo sem máscaras no cinema. Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas, revela as sutilizas e as brutalidades da vida da massa que integra esta complexa e múltipla civilização.
O céu cinza, o tempo chuvoso, a pia entupida. O ônibus lotado, o trânsito na Marginal, o risco de morte constante. Os manos, os evangélicos, o futebol de várzea. Personagens e símbolos de uma metrópole atrofiada, dona de humores próprios.
Interessante como o colírio-filme também surte efeito em morador de qualquer cidade. Logo ao sair da sala de exibição, enxerguei com nitidez o menino cheirado de cola entrando no McDonald´s da Savassi. O catador que buscava valor no lixo do Subway e o motoboy estacionando na avenida. Traços marcantes do Brasil que não quero tirar de vista.
segunda-feira, 10 de março de 2008
Furo no Zé Simão 2

Aqui, o Furo no Zé Simão 1!!
sábado, 8 de março de 2008
Marcha Mundial das Mulheres – Uma versão lilás*

*Texto da gaveta, sobre o 8 de março de
João, João, faça o seu feijão!
José, José, cozinhe se quiser!
Por Júlia Tavares, no calor do momento
Não basta cantar. Tem que apontar o dedo para os Joãos e Josés abobalhados da avenida Paulista e, claro, dar muita risada. Além desta, outras palavras de ordem entre os hits da edição paulistana da Marcha Mundial das Mulheres neste último 8 de março já caminhavam para o lado mais politizado do ato com “A nossa luta/ é todo dia/ somos mulheres e não mercadoria”, também na versão “A nossa luta é por respeito/ mulher não é só bunda e peito”. Haja coragem para sair nas ruas em plena quarta-feira gorda ou escapar mais cedo do trabalho e se juntar à formosa massa lilás.
Dona Zica, coitada, tomou chuva e entrou na dança meio assim, sem querer. Foi ao Banco Real porque eles dão, todo ano, uma rosa para as mulheres. “Quando vi o pessoal no MASP acabei ficando. Isso aqui tá lindo!”, dizia ela, já de rosa na mão e vários broches, adesivos e até um lencinho roxo alfinetado na blusa. A senhora, negra e gorda, já estava cansada da Marcha e queria chegar logo ao Sesc Consolação “pra fazer a minha natação”, mas teve que esperar na porta da Onofre Megastore. Ganhamos, as duas, um cartãozinho de flores borrifado com perfume especial da drogaria fashion. Ela tinha acabado de descobrir que o movimento feminista teria origem na resistência das mulheres tecelãs que foram mortas com o incêndio numa fábrica. [Uma das origens da data é atribuída às 129 operárias têxteis mortas queimadas em greve pela redução da jornada de trabalho,
Alguns casais não tiveram vergonha de manifestar beijos e mãos dadas: para lutar por direitos, davam elas mesmas o exemplo. Outras abusaram da criatividade, como uma mulher alta e bonita, de salto, lenço no cabelo e rolo de macarrão na mão. Posando para fotos, dava para ler a frase escrita no avental: “Sou lésbica, e daí? Sou tão mulher como a sua mãe”.
3 mil ou 12 mil?!
Segundo a organização da Marcha, 12 mil marcharam do MASP até a praça Ramos, mas a Folha de S.Paulo trouxe apenas a versão da Polícia Militar: 3 mil. A matéria de Afra Balazina também destacou apenas dois pontos de reivindicações da marcha - legalização do aborto e contra a violência doméstica, esquecendo os clamores contra o racismo, o preconceito, a guerra, o imperialismo norte-americano e os transgênicos. A questão trabalhista também foi contemplada, com cartazes exigindo um salário mínimo digno e igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.
Marta Suplicy foi citada como “a grande celebridade” pelo jornal. De fato, causou agitação das bandeiras de mulheres do PT e muitos aplausos de quem reconhece a trajetória de militância feminista da ex-prefeita, mas mitificar uma ou outra mulher não foi, de forma alguma, a intenção da marcha. Muitas donas Zicas, Renatas e Alessandras estiveram por lá e brilharam na festa do feminismo versão 2006. Segurando suas bandeirolas, enfeitadas com fitas de chita e brincos, pulseiras e muitos colares cor-de-rosa, conseguiram, definitivamente, chamar a atenção para suas reivindicações históricas.
terça-feira, 4 de março de 2008
Pérolas aos poucos
Emerson Pinto adotou o "Pindinzin" em homenagem a Pixinguinha. Sua história é totalmente surreal. A ação para retirá-lo partiu da sindica do condominio - a mesma que um dia o convidou para tocar dentro da galeria do Conjunto Nacional, como conta reportagem da Folha. Foi obrigado a se retirar por incomodar os lojistas com um "repertório sempre igual". Passou a tocar na calçada, mas foi expluso novamente. Em seguida, assinou acordo prometendo sair de vez em troca de 5 mil reais de indenização.
Na semana seguinte, voltou. A multa pela insistência já significa uma dívida de 7,6 mil reais. Agora, precavido, está no quarteirão de baixo. Mas a trilha sonora, definitivamente, não rima com aquele escuro e triste estacionamento.
PS. Ainda segundo a Folha, um dos mais "incomodados" com a presença de Pinzindin é o dono da civilizada Livraria Cultura, Pedro Herz.
A partir deste dia 15, o músico se apresenta com o grupo completo todos os sábados, às 15h, num bar da rua Pedroso de Moraes, número 710. No repertório, o flyer anuncia Callado, Cartola, Donga, Noel, Chico e Tom. O telefone de contato é (11) 3253-0632.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Propaganda enganosa
“Depois do “auê” no Rio de Janeiro, tomamos banho de civilização e Primeiro Mundo
Por mais que eu possa colher os louros da boa fama da cidade, o enaltecimento de São Paulo feito por quem não mora lá sempre me incomodou. É triste ver como a São Paulo imaginária pode ser tão distante da metrópole pesada e agressiva que faz parte da realidade dos quem encaram diariamente o trem da periferia e baldeiam no entupido metrô da Sé; dos que nunca freqüentaram a avenida Paulista, seus cinemas e lindas livrarias; dos que não sabem o que é um bar “impecável”; dos que vivem em favelas e não têm nenhum acesso à restrita área do “Trumam Show” visitada por nosso fino colunista.
Para curar tamanha miopia, uma dica é o livro “Eles eram muitos cavalos”, de Luiz Ruffato, que li recentemente. Os modernos contos traçam um mosaico de personagens bastante complexos que enfrentam 24 horas de uma dimensão nada fictícia da cidade cinza.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Back to the pau-de-arara

Na minha mais recente visita rápida por Sampa, descobri uma jogada da Viação Cometa: a passagem do ônibus convencional está um pouco mais barata – R$ 69,80 ida e R$ 65,80 volta - mas agora esses preços valem para o pau-de-arara. Ressuscitaram os modelos da primeira (ou segunda, não importa) geração dos ônibus azuis, que ainda não prezavam pelo conforto, não serviam água e não conheciam a tecnologia do ar-condicionado.
Entrei
Mas desta vez vivi na pele o revival das viagens de 18 horas até Goiânia, que fiz uma vez por ano quando criança: pouca inclinação da cadeira, cortina empoeirada na cara, vizinho de trás querendo fechar a janela, vizinho da frente querendo abrir. Estrelas, madrugada, primeiros raios de sol, vira, mexe, vira. E nada de dormir. Por sorte ninguém vomitou nem comeu salgadinhos cheetos sabor queijo.
Fica o alerta aos meus próximos visitantes: vale a pena gastar dez reais a mais pelo executivo. Ou antigo convencional...
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Churrasco de boi com arte
Arte é bruxaria. Ao menos a arte contemporânea. Ou ao menos a arte produzida por uma turma especial de artistas plásticos de São Paulo. Esse foi meu estalo ao passar, no dia 9 de dezembro, pelo ateliê da Vila Madalena que recebeu o Projeto MIL971.
Cerca de 30 artistas invadiram o espaço entre 7 e 16 de dezembro com exposições e muitas performances surreais. Três deles, nascidos em 1971 – Túlio Tavares, Marcos Vilas Boas e Eduardo Verderame – convidaram os amigos para articular uma intensa “semana de experiências”. Ao meu ver, a pretensão do projeto esteve na liberdade total que os artistas convidados tiveram para expor seus trabalhos.
Naquele final de domingo, presenciei um churrasco com três corações de boi no quintal do ateliê. Enquanto a carne assava, DJs faziam um som muito louco acompanhado pela voz ao vivo – e quase eletrônica, gutural - de uma garota. Um vídeo no telão mostrava alguém fazendo milhares de cigarros de maconha, numa edição frenética da imagem. Ao mesmo tempo, acontecia uma performance de dança em volta do churrasco, com direito a pandeiro, gente enrolada em folhas de plástico e escalada na parede...
Catarse total. Da parte mais “careta” do Projeto, seguem alguns trabalhos. Eles podem ser vistos em tamanho maior clicando com o mouse na imagem.
Túlio Tavares e fotografias em grande dimensão produzidas com recursos digitais

Antônio Brasiliano e fotos de performances durante ameaça de reintegração de posse na ocupação Prestes Maia

Mais sobre a proposta do MIL971 e portfólio dos artistas no blog http://mil971.wordpress.com.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Sinal de fumaça
A autora deste blog não comemorou os 110 anos de Belo Horizonte ao vivo. Por duas semanas, abandonou o tutu mineiro no cardápio. Anda consumindo pizza de calabresa e marguerita, dividindo a calçada das ruas com admiradores de Papai Noel no Bank Boston e atravessando a Rebouças congestionada dentro de algum ônibus lotado da SPTrans. Já contraiu um resfriado, mas procura não se deixar contaminar pelo estresse frenético do vírus natalino – tão presente na cidade cinza.
....
A Folha de S.Paulo não é o meu país
Nenhuma universidade é o meu país
Nenhuma curadoria
Nenhum Novaiorque
Define o perfil do meu país
O meu quintal é o meu país
A universidade bebe leite
do caminhão
Eu vou direto na vaca.