sexta-feira, 28 de maio de 2010

Inspiração...



[Os cães sempre podem surpreender... Ainda mais os do Laerte!]

domingo, 23 de maio de 2010

Qual seu guia?



Desde a volta das férias, ainda me sinto um tanto aérea com pautas mineiras para o blog. Será um dos efeitos de já ser moradora um pouco mais veterana na cidade estranha? Será que a gente vai perdendo mesmo aquele olhar estrangeiro para as diferenças, as curiosidades, as histórias peculiares de um lugar?? Pena!...

Mas ainda queria retomar as férias incríveis para refletir sobre como nos viramos em um lugar totalmente estranho, onde não se fala absolutamente nada da língua local. Bom, o nosso roteiro pela Europa Central foi desenhado na pura raça geek. Leia-se: Eduardo, muito conectado na Internet, descobriu uma ferramenta incrível para escolher lugares bacanas e em conta para ficar: o Trip Advisor. Na verdade, uma comunidade virtual onde as pessoas avaliam hotéis/ pousadas/ albergues que conheceram. A participação é gratuita e você tem total liberdade para criticar, elogiar, destacar algo interessante do lugar... simplesmente infalível. Deu certo em todos os lugares que visitamos, bem recomendados entre os usuários.

Já a escolha dos passeios foi orientada pelo Guia Criativo para O Viajante Independente na Europa, organizado por Zizo Asnis. O guia faz sucesso por ter sido pioneiro em um filão bem tupiniquim: sugerir dicas para turistas quase sem nenhuma grana. O sucesso também está no fato de ser dedicado a brasileiros e escrito por um brasileiro. Todos os países merecem um quadrinho das “barbadas e roubadas”, com alertas sobre as famosas “tourist trap” (armadilhas para turistas). O texto é bem jovem, informal e engraçado.

Mas caímos numa armadilha bizarra. Ainda antes da viagem, comprei o Wallpaper Guide de Praga, editado pela Publifolha. Só depois “horrorizei” com o prefacio, nas exatas palavras seguintes:

Duas coisas que estão por toda a parte são a infalível agua ardente local, a Becherovka, e as hordas de turistas. De qualquer modo, foi o turismo que elevou o padrão de uma maneira geral. A iluminação das ruas ainda é fraca, mas as pedras da rua ganham agora novo brilho com os tênis dos turistas, e os habitantes de Praga têm todas as razões para serem gratos por isso.

Ou seja: uma cartilha de orientação espacial... capitalista! O tal guia é ultra elitizado, só fala de compras, design, spas... ah, um dos lugares sugeridos é um clube de tiro!! Enfim, não foi na minha mala.

Entre os guias que cruzamos no caminho - como o Guia Visual, também da Publifolha, mal traduzido e sem critério para os roteiros -, a conclusão é que o Lonely Planet é mesmo o mais completo. Detalhadissimo, oferece dicas descoladas e viáveis de onde comer, o que visitar e como priorizar os dias em uma cidade. Tem milhares de colaboradores que moram nas cidades e sugerem lugares escondidos, diferentes. Fiquei tão bem impressionada que resolvi espiar, na internet, o Lonely Planet de Belo Horizonte.... e não é que gostei?? Tem ali uma BH surpreendente e até desconhecida de alguns belohorizontinos.

O guia recomenda, por exemplo, o Museu Giramundo e o Museu de Artes e Ofícios. Inclui o charmoso Café com Letras e o Café Kahlúa Tabacaria – uma opção na Savassi, bairro mais rico, e outra no centrão, mais acessível.

E para encerrar o assunto, não posso perder a deixa de voltar a recomendar um guia bem sui generis escrito por um jornalista mineiro sobre a capital: Na Pior em BH. Trata-se de um “roteiro maldito para um turista original: pardieiros, pocilgas e assemelhados”, nas palavras do autor. O esquema é trash metal: Ranier Bragon passou a limpo seus lugares mais sujos e prediletos, com direito a sebos baratíssimos e bares para tomar o original caldo de mocotó. [Se ele está vivo, pode valer a pena experimentar...] Enquanto o projeto não vira livro, o jeito é pegar as dicas do blog.

Quem sabe, em mais um ano de paulistaneira, não escrevo meu próprio guia?

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Rios da 262

Esta é anotação de seis horas de viagem na rodovia 262, voltando de Uberlândia para Belo Horizonte. Num caso raro de dificuldade para dormir, resolvi anotar os poéticos - ou no mínimo curiosos - nomes dos rios cortados pelo asfalto. Eis o dito das placas:

- PONTE SOBRE O RIO QUEBRA ANZOL
- PONTE SOBRE O CÓRREGO COTOVELO
- RIBEIRÃO JORGINHO
- RIBEIRÃO MATADOR
- PONTE SOBRE O RIO SÃO JOÃO
- RIBEIRÃO DAS AREIRAS
- RIBEIRÃO DAS VACAS

[Vestígos das Gerais que em breve as obras do PAC podem apagar, substituindo o lirismo por nomes de doutores, desembargadores, políticos e afins....]

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Uberlândias



UberTerra me pareceu mais simpática desta vez. Estive por lá no dia da revoada tucana pela cidade – José Serra acabara de exibir seu sorriso amarelo por aquelas terras - mas não foi exatamente este o motivo da minha simpatia. Ossos do ofício, fui levada mais uma vez a descortinar o universo até então desconhecido do atletismo. Pois é: Uberlândia abriga, até agora, o único Centro Nacional de Treinamento de Alto Nível em funcionamento do país. Isso significa que 40 adolescentes de todas as regiões do Brasil moram e estudam na cidade, passando quase o dia inteiro confinados em treinamentos intensivos na Vila Olímpica do Sesi.

Estranha no ninho, não posso deixar de admirar a garra desses moleques – escolhidos entre os primeiros colocados em seletivas de atletismo pelo país. Têm 17, 18 anos e, segundo os cálculos dos técnicos, chances reais de alcançarem medalhas em 2016. Longe, mas é assim mesmo – as verdadeiras apostas no esporte são feitas a longuíssimo prazo. Por isso importamos 3 cubanos como técnicos para a turma de Uberlândia. Orlando Perez Áquila, Roberto Sanches Escobar e Ramon Cano Portal se disseram bem ambientados em Minas e parecem animados em honrar o convite. Mas, segundo Ramon, ainda estamos longe de chegar perto do avançado sistema de recrutamento de talentos do atletismo cubano. Por lá, a cadeia começa bem cedo e não se perde; e todos os estados do pais têm ao menos 4 centros de treinamento avançado como o de Uberlândia. Outra vantagem, para ele, é o sistema centralizado no estado – os cuidados com o futuro do atleta não ficam a mercê do apoio de clubes ou patrocinios.

Bom, eu já fiz minhas apostas para 2016. Vamos ver se meu olho para lançadores de dardo, de martelo e corredores começa a ser menos míope...

Abraços recém-chegados de Viçosa, a terra do melhor doce de leite do mundo!!!