sábado, 16 de janeiro de 2010

D. Francisca II

Não é qualquer dia que se conhece alguém com uma história como esta – digna de um conto (ou ramance?) Roseano. Em pleno Hemominas, referência em banco de sangue no Estado, encontrei Francisca Segunda. Tagarela e forte, ela é mãe da Neide, de 43 anos, que faz transfusão toda semana para tratar de anemia falciforme. Apesar do sobrenome, ela não tem nada de nobre. Contou que o “Segunda”, registrado na certidão de nascimento, é pagamento de promessa feita pelo pai.

Nas palavras simples da mulher pobre, o pai sofria com a doença misteriosa do primeiro filho, chamado Francisco, que o deixava sem movimento das mãos. No auge do desespero, prometeu a algum santo que, curado o filho, todos os outros seriam batizados de Franscisco. A reza funcionou. E logo vieram Francisco I, Francisco II, Franscica I, Franscisca II e Franscisca III. Ela me disse que era uma loucura. Para chamar uns aos outros, só usavam o “Primeira!”, “Terceira!!”. Hoje, que as irmãs já morreram, fica mais fácil identificar-se como Franscisca. E pronto.

Dá pra acreditar? Enquanto isso, a filha Neide, nascida com a triste doença que a faz morrer de dor nas articulações e perder a visão paulatinamente, precisa mesmo é de sangue. Promessas não levam a muita coisa.

[Em breve, posto uma foto da dona Fransisca por aqui....]

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