domingo, 13 de julho de 2008

Domingo na barragem

Foram dois domingos seguidos descobrindo melhor o bairro onde moro. Finalmente, a barragem Santa Lúcia deixa de ser um cenário de fundo no meu dia a dia mineiro. Grama verde, quadra de futebol, aparelhos de ginástica, água potável e barraquinhas com suco fresco de água de coco e abacaxi. Trata-se de um lugar bem interessante, ao pé do Morro do Papagaio, com lago artificial cercado de uma pista para caminhada de 800 metros.

A estrutura é ótima e segura, sem dúvida. Mas o principal atrativo – ao menos para mim, que definitivamente não agüento correr nem meio quilômetro – é a rara sensação de cidadania que esse lugarzinho é capaz de proporcionar. Ali, convivem a madame de calça legging cor-de-rosa, o puddle de macacão e o homem bêbado. Os meninos descalços com pipa na mão, o mano com blusa de basquete norte-americano, as meninas com shorts-calcinha e a criança na bicicleta da Barbie.

Morro e asfalto se misturam, usufruem do espaço público, curtem juntos o sol e sombra. Semana passada, em decibéis escandalosos, o moço no palco montado anunciava mais uma edição do projeto Quero Ver Meu Morro Feliz. Enquanto a policia fazia cadastramento para RG, dezenas de bandas de música do Morro do Papagaio se apresentaram das 10 da manhã até tarde da noite. Consegui pegar o grupo de rap Mente Fria – uma turminha bem esperta que olha para o futuro e traz boas-novas para os meninos do Morro.

Hoje a surpresa foi maior. Acontecia um evento de manobras [radicais?] em motocicletas. Num pequeno trecho cercado de grades, uma multidão acompanhava o vai e vem dos homens de capacete, que aceleravam ao som tecno do DJ. O anfitrião da festa implorava por palmas a cada minuto, mas a moçada não parecia tão empolgada. Parece que andar com um só pneu da moto é coisa batida.

De qualquer forma, este domingo serviu para confirmar que o espaço, ali, é mesmo de todos. Se a música ambiente não agrada, o I-Pod pode ser uma solução. Ao menos foi a saída encontrada pelo velho barrigudo de tênis Nike.

3 comentários:

Luiz Antônio Navarro disse...

vc foi lá profissionalmente ou foi só curtir o domigão mesmo?

Júlia Tavares disse...

nada de trabalho! vai virar meu programa de domingo, mesmo. se quiser bater perna por lá com a gente, tá convidado. beijos!

Luiz Antônio Navarro disse...

oba! =)