quinta-feira, 28 de maio de 2009

Qual Jornalismo Independente?








Não tive como participar do debate realizado no auditório da UFMG ontem sobre Jornalismo Independente. Hoje, lendo as notícias de repercussão no portal da Universidade, me deparo com a mesma limitação que tenho observado em eventos de grande porte dedicados à discussão de temas como jornalismo cultural: ONDE ESTÃO OS NOVOS COMUNICADORES? O QUE DE NOVO/ POSIVITO ESTÁ SURGINDO A PARTIR DO JORNALISMO COLABORATIVO? QUAL O PAPEL DAS REDES VIRTUAIS NA PRODUÇÃO DE UM CONTEÚDO PLURAL?

Em congressos e debates que atraem tanto público, vemos sempre os mesmos figurões que, por mais que tenham migrado para blogs, twitter, etc, ainda estão tomados da nostalgia pelo antigo fazer jornalístico e seus vícios. Obvio que o resultado é um abismo entre as expectativas dos velhos e jovens jornalistas. Venício Lima, professor de Comunicação da UnB, ainda usa o conceito de jornalismo independente criado nos EUA nos anos 40, por exemplo.

Mais uma vez, não vemos contempladas as idéias novas, que considerem o novo mercado jornalístico, as possibilidades da web e a inteligência coletiva. Pelo que pude captar do debate na UFMG, nada se falou sobre projetos do tipo Overmundo, Baixa Cultura ou Na Rua. Sequer o Centro de Mídia Independente - modelo mundial interessante, apesar de algumas limitações, claro – foi citado.

Por isso, cada vez mais, percebo como a tática da oficina de Jornalismo Cultural Independente realizada dias antes da TEIA, em BH, teve seus méritos. A base da oficina e dos debates esteve, basicamente, no conhecimento e na prática dos próprios participantes. O modelo dinâmico de trabalho em grupos favoreceu uma rica troca de experiência e de pontos de vista sobre o que seria este tal Jornalismo – e o que pode vir a ser.

[Apesar deste desabafo, a entrevista com Luiz Nassif realizada por ocasião do debate tem pontos interessantes, como quando ele afirma que a Internet tem contribuído para o fim do império dos grandes jornais sob a opinião pública. A conseqüência disso, para ele, é a desmoralização dos jornais, “proporcional à valorização das outras mídias”.]

4 comentários:

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

não acredito em jornalismo independente, se não estiver preso a um partido,homem, empresa, vai estar a serviço de uma idelogia

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anderson Ribeiro disse...

Cadê o Gustinho???? hehehehe.

Júlia Tavares disse...

Olá, Ediney,
Concordo com você. Mas se a ideologia do veículo não for a dominante e abra espaço para a pluralidade, talvez já seja um bom começo. Do meu ponto de vista, o Centro de Midia Independente é anarquista demais, por exemplo. Mas a existência deste espaço como contraponto para a divulgação de idéias se tornou extremamente importante - por isso tem algo, sim, de independente.
(Talvez este meu comentário esteja confuso demais. Se quiser, vamos rendendo conversa por aqui!)