sexta-feira, 24 de julho de 2009

Esquina mineira

* Estranha conclusão recente: a night mineira é basicamente composta de covers – em especial aquelas que se tornam fiéis a músicas de uma única banda. Fazem sucesso estrondoso de público e têm lugares garantidos em casas noturnas. Levei um susto quando uma amiga me chamou para sair com a frase: “Vai rolar Barão.” “Barão Vermelho?!!!”, retruquei, curiosa. “É... o Carne Nua”. [Que depois de anos e anos na noite mineira começa a se apresentar com composições próprias, intercaladas com os tais covers, como eu mesma pude conferir.....] Já estou sabendo de outras bandas, com nomes que evitam o ruído na comunicação: The Doors Cover, Sargent Peppers e o Creedence Cover, só para ficar no rock'n roll. Um fenômeno que merece ser estudado com mais profundidade...

* A pracinha redonda gramada que funcionava de rotatória para carros no Luxemburgo foi extinta esta semana. Com novos semáfaros, tudo indica que o trânsito realmente vai melhorar. Mas não é que, no meio das obras públicas desta semana, o dono de uma Kombi branca ligou uma caixa de som externa ao carro para tocar Ave Maria de Franz Schubert no último volume? Eram exatamente seis da tarde.

* Em OBar, no bairro Funcionários, os clientes vão encontrar uma máquina descartável no banheiro feminino que pode ser usada anonimamente. Trata-se de projeto de um coletivo de arte que, depois de uma temporada, vai exibir as fotos mais criativas feitas dentro da cabine “privada”. [Se alguém souber o nome do coletivo e do site, me avise... Perdi o flyer!]

!Buen fin de semana a todos!

3 comentários:

Unknown disse...

Júlia, eu chamo atenção para essa distorção há anos aqui em Minas, mas a impressão é que as pessoas acham normal! Escrevi esse texto aqui muito em função disso: http://www.overmundo.com.br/overblog/manifesto-pela-musica-autoral#comentarios
Beijos

Júlia Tavares disse...

No artigo e nos comentários do Overmundo você citou a questão dos covers por alto, mas gostaria de conhecer melhor sua avaliação do fenômeno... Parece que muitos músicos acreditam que o cover é uma forma de ganhar espaço para o "pulo do gato", com trabalhos autorais. Você acha que o caminho dá certo?
(Também comentei por lá para colocar mais lenha na fogueira!!)
Um beijo!

Unknown disse...

Júlia, acho que é um erro estratégico, gera frustração. Um dos exemplos mais recentes e "bem sucedidos" dessa tentativa do pulo do gato é o mineiro Emerson Nogueira. Ele lançou com os indefectíveis acústicos com versões de clássicos internacionais. Vendeu muito e agora está tentando emplacar seu trabalho autoral. É simplesmente um fiasco do ponto de vista comercial. Acho esse modelo de carreira equivocado e deprimente!
Beijo