segunda-feira, 6 de julho de 2009

Isto é Brasil












Voltei. Após três semanas e três países, trago na bagagem de memórias

um deserto
um salar
um cume de montanha inesquecível
uma capital que buzina 24 horas
um centro de cidade com semáforos eternamente quebrados
uma imagem de Jesus Cristo negro
um índio Pachacuti
duas catedrais dos séculos 16/17 repletas de espelhos no altar
um vento gelado de menos 12 graus
trinta paisagens maravilhosas

Trago também os sentimentos de indignação com a longa história de exploração econômica e simbólica comum aos países latino-americanos. Portugueses e espanhóis que arrancaram a civilidade dos povos pré-colombianos à força e, durante séculos, contaram com um arsenal de armas para impor uma visão de mundo estranha e absurda aos “ateus”.

E como o retorno é sempre uma nova chance de enxergar melhor, esses dias já propiciaram vivencias do que há de mais bonito e mais grosseiro neste caldeirão chamado Brazil.

- Como explicar a violência da apreensão e da alegria relacionada ao nosso futebol? O apito de fim de partida no jogo da Copa do Brasil foi a deixa para um disparo agressivo de xingamentos por janelas das ruas de São Paulo; buzinas insistentes; fogos sem fim. Uma “festa” que, sinceramente, custo a entender.

- Agora, o encantamento. Neste fim de semana, o Grupo Galpão estreou em BH a peça Till, a saga de um herói torto. Mais de 15 mil pessoas arrumaram um cantinho no gramado e nas escadas da praça do Papa em plena lua cheia para festejar a existência de um teatro de rua verdadeiramente comprometido com o próprio teatro. E com o público, claro.

Guiada pelo trabalho, sigo em breve pelas estradas de Minas. Aguardem novas aventuras!

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