sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mais Mostra… em Juiz de Fora














Coincidência das boas. Enquanto São Paulo vive sua badalada 33a. Mostra Internacional de SP – lembrada aqui com um textinho do baú – descobri um festival muito bacana que agita Juiz de Fora esta semana. Descoberta, desta vez, ao pé da letra. Cheguei em JF para as gravações do próximo Planeta Minas e, no agito do incansável centro da cidade, reparo numa tribo de camisetas iguais rondando padarias e lanchonetes dos calçadões. O ponto de partida do bando era o cinema Cinearte Palace, em plena rua Halfed, onde aconteciam as exibições do festival Primeiro Plano 2009. Na verdade, trata-se de uma grande programação composta por mostras competitivas de curtas e pré-estreias de longas, pela Mostra Mercocidades – com filmes de outros países latinos – e pela Mostra Audiovisual de Juiz de Fora.

Na medida da minha agenda de trabalho, consegui sentir a brisa do evento – peguei duas sessões da Competitiva de Curtas Nacional, na terça e na quarta-feira. Na terça-feira, outra vez, me deparei com uma bela coincidência. Na programação, o curta Fim de Semana Sim tinha Vinicius Toro com um dos diretores. Olha só – o garoto foi meu amigo no cursinho pré-vestibular e colega da Escola de Comunicações e Artes da USP, no curso de Audiovisual. Ele não pode participar do evento e por pouco pulei da poltrona para me voluntariar como representante do curta. Impressionante o trabalho da equipe do Vinicius para construir uma narrativa sensível tendo como protagonista uma garota nos seus oito anos de idade que vive as dificuldades da separação dos pais. Dirigir crianças na TV e no cinema não é para qualquer um, mesmo! [E salve Cao Hamburguer!]

Nesta seleta de curtas da competição, nem tudo era novidade. Alguns estrelavam atores consagrados como Caio Blat e Fernanda Machado, com uma estética técnica impecável porém previsível. Mas os rebeldes e alternativos tiveram espaço! O extremo foi A luz vermelha do bandido, dirigido pelo paulista Pedro Jorge. Segundo suas próprias palavras, trata-se de um “documentário-radialistico-cientifico-experimental de cinema” que presta homenagem a grande obra de Rogério Sganzerla. E dá-lhe experimentalismo! Um dos performances que participam do filme é Seu Jorge, para vocês terem uma ideia.

Animações graciosas e bem feitas ainda passaram pela tela do Palace nesta minha pequena carona no festival. Bela iniciativa para a divulgação do novo – antena ligada para o que vem sendo feito a nível local, nacional e regional. Ao invés de babar no novo Almodóvar, uma chance de acompanhar os primeiros passos de novos grandes diretores. O festival Primeiro Plano termina dia 31. E eu já saí no lucro.

Um comentário:

Anderson Ribeiro disse...

Descobertas, geram descobertas. hehehehehe. Que bom que nas suas andanças as descobertas são sempre inusitadas e rendem boas histórias.