Vesti meu cocar e lá fui eu. Acabei sendo fisgada por bexigas roxas e douradas na entrada de uma loja. O olhar míope demorou a entender o que acontecia lá dentro, mas era isso mesmo – mulheres desfilavam ininterruptamente numa passarela – bolsa, sapato, blusa de oncinha e shorts de cetim. A seleção musical era digna de desfiles internacionais. Enquanto isso, o único ser do sexo masculino por ali narrava os preços das peças num microfone sem fio, destacando: “Aqui na Bless, tem desfile todos os dias!”.
O mais louco estava por vir. Uma outra locutora (!!) perguntou quem seria a próxima cliente a desfilar. “Atenção, valendo!”. E uma jovem vendedora gritou da cabine: “Aqui!!!”. Ela correu levando a cliente para a passarela. A menina foi e voltou duas vezes e recebeu aplausos efusivos da clientela. Em seguida, todas as nove vendedoras assopraram no apito que carregavam pendurado no pescoço. “Parabéns, a cliente ganhou 5% de desconto e a equipe 1 ganhou 5 pontos!”.
Era uma gincana para “motivar” as vendas.
Em seguida, sobe outra cliente. Mais som de apito e gritaria de mulherada eufórica. Quando uma senhora quis experimentar a roupa da modelo, saquei que a coisa deve dar retorno. Ainda assim, fiquei perplexa. De quem será a idéia original?
4 comentários:
Julita, você é impagável. Fico imaginando você em meio a essas aventuras. ahahahha. saudade demais. beijo, beijo.
que bizarrice medonha!!!
e a cliente ganha só 5% pra pagar esse mico??? kkk!
suas aventuras por BH tão merecendo registro fotográfico! por outro lado, seus textos são tão divertidos que imaginar as cenas pitorescas é uma curtição!
bjo júlia!
Júlia minha cara, às vezes eu quase desconfio que não moramos na mesma cidade. Nada como o olhar estrangeiro para nos mostrar nossa aldeia!
Beijos
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