quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Campus é campus

Pense numa ECA (Escola de Comunicações e Artes) misturada com a FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e com o Instituto de Psicologia, da Universidade de São Paulo. Aqui na Universidade Federal de Minas Gerais, todas essas escolas estão reunidas num só lugar, a popular Fafich, ou Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Dá para imaginar a loucura?

Mesmo sem conhecer o dia a dia do campus, já me senti em casa. O oásis de verde e ar puro na cidade esconde cenas muito familiares para quem freqüentou a velha USP por cinco anos. Há ali o Movimento dos Sem Carro pedindo carona, o banheiro estilo Bagdá sem tranca e sabonete, a cantina com atendentes mal pagos e de mau-humor, a biblioteca anos 70 com quadros de reitores na parede e alguém batendo a cabeça de sono na mesa de estudos.

O “DataCartaz” me informou que a Fafich está em fase de campanha para as eleições do Diretório Acadêmico, ali chamado de “DA”. Foi divertido ver como os companheiros da classe internacional dos estudantes de universidades públicas vive dramas parecidos. Seguem algumas reivindicações. Os destaques são meus.

CHAPA 3 – “MUDANÇA DE ATITUDE”: Contra a apatia e a omissão

Frases do jornalzinho: A última gestão foi marcada por várias sabotagens internas aos que queriam realmente fazer um DA diferente. Duas consepções foram colocadas em jogo (...) (Assim mesmo, com erro de ortografia. Alguém da oposição grifou em amarelo todas as “consepções” do texto.)

Propostas: Contra o amento de preço do bandeijão. Pelo meio passe. Defesa do milharal. (?) Luta na justiça contra taxas. I Olimpíada da Fafich.

CHAPA 2 – “BARRAGEM”

Frases estampadas em duas folhas sulfite amarela: Pela revitalização da sinuca!!! Por Calouradas de arromba! Vote: chapa 2

CHAPA 1 – “MuD.A.”

Propostas em letras minúsculas no cartaz amassado: Preservar o milharal. Regulamentação do buteco da Fafich.

Ao que parece, a coisa anda disputada. Como correspondente em MG, tentarei cobrir os desdobramentos da eleição. Ou ao menos descobrir que milharal tão importante é esse.

3 comentários:

Unknown disse...

Julita, que delícia de blog. Fui devorando os textos numa ansiedade louca...saudades de você, minha flor. beijos!

ZECA LEMBAUM disse...

Ual, Julim!!
Eu já estive na federal de Minas, mas não sabia da existência da Fafich. Quer dizer que ela é uma mistura de Fefeléchi com Eca, e com arzinho da Psico?!
Pô, eu nem quero imaginar a doideira que deve ser - e espero que seja mesmo. Torço para que não tenham uma Zilda Toquoi (profª e chefona do departamento de história que baniu as festas e o consumo de cerveja na FFLCH) ou um Marques Melo ("marchimelo", fodão da Eca que no final dos 80 e parte dos 90 brochou as "Festecas" na minha época).

É vero, cara Julim. O verde do lugar faz lembrar a nossa "Upis" (como chama a USP o pequeno Kauê, nosso sobrinho). As infras, pelo visto, são as mesmas: banheiros, cantinas, bibliotecas, funcionários mal-humorados, etc. e tal. "Talvez" no quesito carona, os sem-carros tenham mais sucesso que os daqui (contam com solidariedade dos motorizados).
Sou de um tempo, mi querida, que era facílimo descolar uma carona ali do lado do Rei da Batida (de manhã ou à noite), mesmo a gente estando aditivado de árco.

A USP TÁ CARETA PRA CARACAS, JULIM.

Anônimo disse...

Eu sempre suspeitei que a política estudantil fosse uma espécie de laboratório para futuros políticos profissionais -- o que é, observando o nível dos envolvidos, é uma idéia assustadora, pelo menos na minha consepção. ;-)